Colômbia usará drones contra plantações de cocaína

Veículos sobrevoarão plantações aspergindo pesticida, em dose menor que fumigação aérea


Colômbia

Colômbia Foto: Dia a Dia

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta terça-feira (26) o uso de drones para a fumigação de plantações de folhas de coca em resposta ao aumento da área cultivada da erva usada para produzir cocaína.

A decisão é revelada um dia depois de os EUA divulgarem estatísticas que apontam um aumento de 11% na área cultivada em território colombiano no ano passado, passando de 188 mil hectares para 209 mil hectares. Segundo Santos, a aspersão foi autorizada após avaliações dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente que viram dano menor que a fumigação aérea -suspensa em 2015 pela Justiça pelo prejuízo à saúde e às plantações.

Ele afirma também que a concentração de glifosato, pesticida usado para matar a folha de coca, terá concentração 50% menor que a usada anteriormente e, por isso, deverá ter efeito similar à erradicação química em terra. "Elaboramos uma série de planos para que sejam autorizados. É semelhante ao que já estamos fazendo, que os erradicadores vão com um tanque no ombro fazendo uma aspersão terrestre", declarou Santos em um evento.

No mesmo período do aumento da área cultivada, a capacidade de produção de cocaína saltou 19%, passando de 772 toneladas para 921 toneladas, segundo o Escritório Nacional de Controle de Drogas americano. No anúncio dos resultados, a agência voltou a pressionar o governo colombiano. "A mensagem do presidente Trump é clara: o crescimento recorde na produção de cocaína precisa ser revertido", disse o subdiretor Jim Carroll.

A área cultivada de folha de coca vem em crescimento desde 2014, segundo ano das negociações do acordo de paz do governo com a ex-guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), hoje partido político. Com o fim da fumigação aérea, a estratégia de Santos para erradicar as plantações era a eliminação por terra e um programa de substituição de cultivos, que, devido à falta de recursos, teve sua abrangência reduzida.

Por outro lado, a desmobilização das Farc levou à dominação da região por outros grupos, como o ELN (Exército de Libertação Popular), dissidentes das guerrilhas, ex-paramilitares, cartéis do tráfico e bandos criminosos.  Já o presidente eleito, Iván Duque, que assume o cargo em 7 de agosto, defendeu na campanha a retomada da fumigação aérea.

Fonte: Folhapress

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