Brasil

CNPq prepara bolsas para aumentar formação de engenheiros

engenheiros investimentos CNPq

Segunda, 06/02/2012 às 17:02



 BRASÍLIA – O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deve publicar, no próximo mês, edital para a oferta de 12 mil bolsas de iniciação científica do programa Pró-Engenharia destinadas a estudantes de graduação de engenharia, alunos do ensino médio (iniciação científica júnior) e a professores orientadores.

Conforme nota do CNPq, serão investidos R$ 24 milhões, o que permitirá dobrar o número de bolsas hoje disponíveis (6 mil). A iniciativa é feita em parceria com a mineradora Vale e haverá oferta de bolsas em todo o país, preferencialmente, em instituições das regiões Norte e Nordeste.

A intenção do governo é aumentar o interesse

dos estudantes do ensino médio pelas engenharias, diminuir a evasão do curso nas universidades e melhorar a formação de futuros profissionais na área. A falta de engenheiros é reconhecida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como um gargalo para dar sustentabilidade ao provável crescimento econômico dos próximos anos. A meta é aumentar o número de formados em 60% até 2014.

Dado do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) indica déficit de 20 mil engenheiros por ano no país. De acordo, com o diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Guilherme Sales Melo, faltam no mercado de trabalho, especialmente, engenheiros civis, de minas, de petróleo e gás, navais e de computação.

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que apenas 35% dos engenheiros formados estão trabalhando na área. Na opinião do diretor, não é possível remanejar esses profissionais, “é mais fácil pegar novos engenheiros”. Por isso, o CNPq incluiu os alunos do ensino médio no programa. “É para que os estudantes trabalhem com professores universitários, despertem interesse, brilhem os olhos e digam \'é isso que eu quero\'”, completa Melo.

A estratégia de estimular mais alunos do ensino médio, no entanto, tem pelo menos duas limitações: a qualidade da educação e a evasão escolar. Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está no ensino médio, e um quarto apenas dos formados chega às universidades. No ensino superior, a evasão chega a 60% em alguns cursos. Segundo Guilherme Sales Melo, em parte, a desistência dos alunos na universidade tem a ver com as exigências do curso, que requer dedicação exclusiva e tem alta carga de estudo em disciplinas como cálculo.

A percepção sobre a dificuldade de formar engenheiros é partilhadas por outras empresas. O diretor do CNPq conta que na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) “há empresas que estão dando bolsas de estágio para os alunos continuarem fazendo o curso”.

Entre 2000 e 2009, o número de alunos concluintes de engenharia saltou de 22,8 mil para 47 mil. A participação de engenheiros no universo de formados, no entanto, caiu de 7% para menos de 6%. Na China, 35% dos formandos nas universidades são engenheiros; e na Coreia do Sul, 25%.

Fonte: agencias

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: