Clube grande, como o Flamengo, não pode achar bom o ano em que perdeu tudo

Problema do Flamengo não foi falta de garra: time lutou até o fim


O flamengo briga pelo título do campeonato brasileiro

O flamengo briga pelo título do campeonato brasileiro Foto: © Divulgação/Flamengo

Só clube pequeno ou complexado pode achar bom um ano em que perdeu os cinco títulos que disputou.

O Flamengo não é pequeno, muito menos complexado, dado a chororô.

É grande. Mais que isso, gigante.

Disputou a Primeira Liga, o Campeonato Estadual, a Copa do Brasil, a Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro.

Quantos canecos acumulou para a vasta coleção de troféus?

Nenhum.

É melhor ter do que não ter conquistado a vaga para a Libertadores 2017, provavelmente na fase de grupos.

Idem em relação às finanças do clube, que vão se recuperando depois de gestões desastrosas.

Mas considerar que um lugar na Libertadores e o caixa mais equilibrado compensam título zero significa ter cabeça de timinho.

O diagnóstico sem eufemismos do ano de fracassos é indispensável para duas coisas:

1) deixar claro aos jogadores e à comissão técnica que no Flamengo ninguém celebra derrotas, que a ambição, portanto a cobrança, é imensa;

2) providenciar as mudanças para que 2017 não seja mais uma temporada em que a torcida ouvirá a ladainha de que não se ganhou nada, ''mas no ano que vem''…

Parece correta a decisão da diretoria de renovar com Zé Ricardo.

Foi ele quem deu padrão competitivo à equipe, a despeito de limitações no elenco, que no entanto é um dos melhores do Brasil.

Mas o técnico aparenta uma deficiência que contrasta com uma virtude.

A virtude é montar um time forte, bem armado, bem treinado.

O problema evidente são as recorrentes intervenções infelizes durante as partidas.

Zé Ricardo à beira do campo muitas vezes desmonta o que ele mesmo preparou com sucesso nos treinos.

Isso voltou a ocorrer ontem, no empate de 2 a 2 com o Coritiba.

Com o tempo, Zé Ricardo vai melhorar no que tem de melhorar.

No momento, é necessário reforçar a comissão técnica _ou o treinador ouvir mais os seus colaboradores.

A principal diferença com o hexa de 2009 não foi, contudo, o trabalho do técnico.

E sim a ausência de dois craques como Adriano e Petkovic.

Posso estar errado, mas a impressão é que na reta final de 2016 o time achou que já seria bom ter chegado no bolo dos líderes do Brasileiro.

Essa manifestação de pequenez não é algo que seja conversado ou mesmo que os jogadores se deem conta.

Acontece.

Mas não deveria acontecer num clube como o Flamengo.

Em suma, 2016 foi um ano de fracassos.

Pelo menos para quem acha que ''isso aqui é Flamengo'', e não… deixa pra lá.

O cheirinho passou, e os corações se deixaram levar, mas não deu.

Tomara que, em 2017, o rubro-negro troque por conquistas a conversa fiada que minimiza a falta de título.

Fonte: UOL

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