Foto: Montagem
Gilmar Mendes e Rodrigo Janot
Citado nos novos áudios do empresário Joesley Batista, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes reagiu nessa terça-feira, 5, classificando o acordo fechado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como "a maior tragédia que já aconteceu na PGR".
A crítica foi uma das dezenas de reprimendas que o ministro fez contra o trabalho dos procuradores no caso envolvendo a denúncia contra o presidente da República, Michel Temer.
Para Mendes, o acordo de delação negociado por Rodrigo Janot, que incluía o primeiro áudio da conversa gravada por Joesley Batista, dono da JBS, mas ignorava a existência do segundo áudio, revelado nesta terça-feira, "é um desastre".
"É a maior tragédia que já ocorreu na Procuradoria-Geral em todos os tempos. Não tem nada igual", afirmou o ministro, falando na embaixada do Brasil em Paris, onde cumpriu agenda oficial. Mas, na avaliação do ministro, é uma "sorte do Brasil" que a denúncia de Janot tenha acontecido porque, segundo ele, revelaria a "desinstitucionalização" da PGR e o trabalho "mal-feito" dos procuradores na investigação.
Questionado pelo jornal O Estado de São Paulo se via uma relação promíscua entre delatores, como Joesley, e a procuradoria – o ex-procurador Marcelo Miller é suspeito de ter auxiliado o empresário a preparar as gravações –, Mendes foi taxativo. "Com certeza. É fato gravíssimo", afirmou, estimando que o acordo de delação premiada firmado entre a PGR e Joesley "terá de ser completamente revisto".
Fonte: O Estado de Sã Paulo
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