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TCE-PI faz auditoria no transporte público de Teresina e notifica Strans

O TCE pretende realizar uma audiência pública para encontrar uma solução os problemas no setor

Da Redação

Quinta - 04/05/2023 às 11:27



Foto: Alinny Maria Transporte público de Teresina
Transporte público de Teresina

O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) realizou auditoria no Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC) da capital para apurar se há irregularidades no setor. O principal objetivo da ação é avaliar se a Prefeitura de Teresina tem priorizado investimentos para o sistema, verificar o modelo de remuneração do sistema, a integridade do sistema de bilhetagem eletrônica e o desempenho da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SRANS) na fiscalização.

O TCE elaborou um relatório e notificou a Strans, que tem até até hoje (4) para se manifestar a respeito do documento. 

Despesas de infraestrutura 

O TCE avaliou o transporte público de Teresina no período de 2014 a 2022 e constatou que a Prefeitura realizou despesas na subfunção infraestrutura, em obras e serviços de engenharia, no montante de R$ 776,75 milhões. Desse total, R$ 531,53 milhões foram investidos em mobilidade de um modo geral.

Entretanto, para a infraestrutura exclusivamente voltada para o transporte público, foram realizadas despesas da ordem de R$ 80,50 milhões, materializadas em corredores exclusivos, terminais de integração, faixas exclusivas, gestão de trânsito e abrigos de passageiros. 

“Os referidos valores demonstram que há espaço para uma maior priorização do gasto público com infraestrutura para o transporte coletivo, em sintonia com o que preconiza a Lei Nº 12.587/2012, em seu art. 5º, inciso II”, disse o auditor Bruno Cavalcanti, diretor da DFINFRA.

Sistema de Integração 

A respeito do sistema de integração, o relatório aponta que, embora tenha havido a previsão de aumento no número de viagens, o tempo médio de espera para os passageiros que realizaram viagens de bairro para o centro ou para locais antes do centro aumentou consideravelmente ou não teve uma expressiva redução, respectivamente.

 “Essa situação foi agravada pela ineficiência da gestão do sistema, que não conseguiu integrar efetivamente o sistema alimentador com o troncal, resultando, assim, em filas demasiadas e tempo médio de espera acima do previsto”, disse Bruno.

Desempenho da Strans é falho

Quanto ao desempenho da STRANS na gestão do sistema, entre as principais dificuldades, destacam-se a falta de controle efetivo das Ordens de Serviço Operacional, a insuficiência de profissionais capacitados para atuar na fiscalização, a dificuldade em aplicar as devidas penalidades aos operadores (quando ocorrem irregularidades) e a ausência de efetiva aferição de indicadores de desempenho. 

“Esses obstáculos comprometem a capacidade da STRANS em garantir que as empresas cumpram com as obrigações assumidas em contratos, editais de concorrência, leis e regulamentos”, completou o diretor.

Audiência pública

O presidente do TCE, conselheiro Kennedy Barros, disse ainda que o Tribunal pretende realizar uma audiência pública, convidando todos os envolvidos e interessados no sistema. 

“Convidaremos a sociedade civil organizada, gestores, empresários, para que seja encontrada uma solução e seja assinado um termo de ajuste de gestão. Dessa forma, o Tribunal terá um instrumento de fiscalização da política do sistema de transporte público da cidade”, disse.

O relatório da auditoria está registrado no processo TC nº 009266/2021, cuja relatoria é do conselheiro substituto Delano Câmara.

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