Saúde

Janeiro roxo

Janeiro Roxo adverte para a prevenção precoce de Hanseníase

O país é o segundo do mundo nos casos da doença

Segunda - 10/01/2022 às 18:03



Foto: Divulgação Campanha “Janeiro Roxo” promove conscientização sobre a hanseníase
Campanha “Janeiro Roxo” promove conscientização sobre a hanseníase

A campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a hanseníase, que tem cura e pode ser feita de forma gratuita pelo SUS.

Para a dermatologista Anelise Dutra, o Janeiro Roxo é de extrema importância para a detecção e o tratamento precoces da hanseníase. “Quanto mais cedo é diagnosticada, maiores as chances de cura e qualidade de vida para o paciente”, afirma. A médica destaca ainda a contribuição da campanha para reduzir o preconceito acerca da doença.

De acordo com Anelise, a hanseníase acometeu a humanidade por centenas de anos sem que houvesse tratamento e condenou os pacientes ao isolamento. Muitos foram confinados nos chamados “leprosários”. “Atualmente, com tratamentos eficazes, a doença deixa de ser transmissível e o paciente não precisa se afastar de sua rotina. Mas é preciso urgência para diagnosticar e iniciar os procedimentos para se chegar à cura”, avalia.

Sintomas

“A hanseníase se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos, como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés”, afirma o dermatologista Dário Rosa. Segundo o médico, a transmissão se dá pelo agente Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, por meio de contato próximo e prolongado entre as pessoas.

Os sinais mais evidentes da hanseníase, descreve o médico, são manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, geralmente com diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, frio ou ao tato. “Também observamos caroços na pele, dormências, inchaços nas mãos e nos pés, formigamentos, entupimento nasal e problemas nos olhos”, completa.

Os especialistas classificam a hanseníase por graus. O grau zero é caracterizado pela ausência de sequela. No grau 1, o paciente perde a sensibilidade nas palmas das mãos e solas dos pés. No grau 2, são notáveis sequelas físicas graves.

Números da doença no Brasil

 Dos mais de 300 mil brasileiros diagnosticados com hanseníase na última década, pelo menos 7% estão no grau 2 e enfrentam sequelas físicas incapacitantes, como perda dos dedos, da ponta do nariz e deformidades nos pés e nas mãos.

Sigilo agora é lei

A Lei nº 14.289/2022, sancionada no dia 3 de janeiro, determina a preservação do sigilo sobre a condição de infectados pelos vírus da Aids (HIV), hepatites crônicas (HBV e HCV) e pelas pessoas com hanseníase e tuberculose, pois representam barreiras sociais que impedem as pessoas de desfrutarem a plena cidadania.

A proposta da lei considera que as discriminações ocorrem a partir do momento em que a condição de saúde é conhecida. Isso interfere no desempenho profissional e também em outras atividades da vida pessoal.

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