Cidade

TRÂNSITO

Congestionamentos em frente a escolas revelam descaso, arrogância e falta de educação

As várias infrações de trânsito são cometidas diariamente nesses locais sem que haja qualquer fiscalização

Lívia Ferreira*

Terça - 03/03/2020 às 23:32



Foto: Lívia Ferreira Congestionamentos na frente de escolas são cada vez maiores
Congestionamentos na frente de escolas são cada vez maiores

Os congestionamentos de trânsito em frente ou nas imediações de escolas de Teresina são casa vez mais comuns, sobretudo nas chamadas "escolas dos ricos". E essa demonstração de egoísmo, ostentação e falta de educação dos pais ou responsáveis pelo transporte de alunos não sofre nenhum tipo de reprimenda ou punição.

As reclamações são constantes. As várias infrações de trânsito são cometidas diariamente nesses locais sem que haja qualquer fiscalização. Ninguém é multado. E esse mau hábito causa muito estresse nas pessoas que precisar circular com seus veículos nessas áreas.

O bom é que entre essas pessoas que levam filhos, sobrinhos ou netos para escolas também existem as que agem diferente e se incomodam com essa fata de respeitos e de educação. A funcionária pública Lucileide de Araújo é uma delas. Ela mora no Conjunto Bela Vista e quase todos os dias leva a neta L.A.A, de 14 anos para uma dessas escolas famosas do centro de Teresina.

Segundo ela, boa parte das pessoas que levam os alunos para essas escolas simplesmente se acha dona das ruas. "Param em qualquer lugar e abrem as portas dos seus carros para desembarque, enquando outros esperam essa ação egoísta para seguir em frente", diz.

Vendedores ambulantes que trabalham nas imediações dessas escolas também afirmam que além dos que param no meio da rua, também tem muita gente que estaciona seus veículos em locais proibidos, sobre faixas de pedestres, de calçadas ou em fila dupla.

"Tudo isso só ocorre porque não tem fiscalização e pela certeza da impunidade, porque quem deveria evitar isso fecha os olhos e faz de conta que está tudo bem, sem problemas", acrescenta Lucileide.

Parar o carro no meio da rua é comum na frente do IDB

Essa é uma realidade para muitos motoristas que nos "horários de pico" precisam passar por ruas como a Gabriel Ferreira, 24 de Janeiro, Area Leão, Álvaro Mendes, Anísio de Abreu, 13 de maio, Barroso, São Pedro, no Centro de Teresina, onde estão localizadas o Instituto Dom Barreto, Colégio das Irmãs e Diocesano. O mesmo ocorre em ruas e avenidas de todas as zonas da cidade.

Essa realidade é antiga e a Prefeitura de Teresina nunca conseguiu uma solução definitiva para o problema. A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito - Strans, responsável por fiscalizar, punir e coibir essas infrações não cumpre seu papel como deveria e deixa a situação se tornar "eterna".

O supervisor dos agentes de trânsito da Strans, Torquato Sousa, disse que não é possível fiscalizar toda cidade ao mesmo, então, por isso, a fiscalização é intensificada em locais de maior fluxo de veículos, que são nas regiões Leste e Sul de Teresina.

Torquarto Sousa, da Strans

Torquarto lembra que no segundo semestres de 2019 a Strans iniciou o projeto “De pais para filhos”, com a entrega de panfletos educativos nos colégios para conscientizar pais a dar bom exemplo aos filhos. Mas não teve resultados, porque o caos continua o mesmo no já estressante trânsito de Teresina.

As infrações mais comuns próximo às escolas são: estacionar em local proibido; estacionar de forma errada; sobre calçadas e deixar de dar preferência à passagem de pedestre e de veículo não motorizado.

As multas para essas informações vão de R$ 130,00 à R$ 190,00. Mas elas pouco são aplicadas nesses locais. Há uma conivência com essas ilegalidades, o que as torna "normal" para motoristas esnobes, egoístas e mal educados. Tomara que seus filhos, sobrinhos e netos não sigam seus maus exemplos.

No Colégio das Irmãs, na Frei Serafim, os carros ficam na calçada 

NOTA DA REDAÇÃO - Nossas câmeras vão continuar ligadas para mostrar esses e outros maus exemplos para nossa gente.

*Lívia Ferreira é estagiária sob supervisão do jornalista Luiz Brandão

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