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O porco-espinho foi levado para a mata do Zoobotânico
Expulsos do habitat com o desmatamento para construção de moradias em áreas da zona periférica de Teresina, insetos e animais silvestres e peçonhentos estão aparecendo com cada vez mais frequência nos quintais ou até mesmo dentro de casas e apartamentos de condomínios.
O fenômeno está acontecendo no recém-inaugurado Condomínio Cidade Reserva do Leste, no bairro Morros, na zona Leste de Teresina. No início da semana moradores encontraram um porco-espinho (Coendou = Quandu) no quintal de uma das casas do condomínio. A presença do animal gerou curiosidade e uma certa aflição nos moradores.
Essa a não é primeira vez que moradores do condomínios ficaram em alvoroço por causa da presença desses bichos. Na semana uma cobra jiboia foi encontrada dentro de uma casa num condomínio do bairro Pedra Mole, também na zona Leste de Teresina.
De acordo biólogos e ambientalistas, é comum a aparição desses animais em áreas residenciais próximas áreas de matas. Eles foram expulsos de suas casas e voltam sempre aos locais onde viviam. Eles marcam território e sempre voltam em busca de água, comida e mesmo de abrigo.
As jiboia aparecem em áreas onde vivem pequenos roedores, suas presas prediletas. Mas elas não são venenosasOs casos de aparição e apreensão de animais peçonhentos e não peçonhentos em condomínios na capital são recorrentes. Segundo dados da Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), neste ano já foram registradas 51 chamadas para retirada de serpentes em casas. Em todo os estado foram 466 ocorrências envolvendo animais peçonhentos só no período chuvoso.
O animal
O porco-espinho possui pêlos modificados e extremamente duros que crescem e?servem como mecanismo de defesa na cabeça, na nuca e nas costas. Os espinhos são liberados quando o animal se sente preso ou ameaçado por predadores.
De acordo com biólogos, os pêlos modificados do porco-espinho não possuem substâncias tóxicas. Nas pontas tem farpas minúsculas que quando ejetadas causam dor e dificultam a extração. Mas não causam maiores riscos, exceto aos que tem alergia aos espinhos. Cachorros são as maiores vítimas porque atacam o bichinho e acabam de dando mal.
O biólogo Celso Ferreira fala sobre a reação dos animais expulsos de suas áreasDiferenças
O biólogo Celso Ferreira, em entrevista ao Piauí Hoje, explica que é preciso distinguir entre animais peçonhentos e venenosos, esses possui o veneno porém não tem uma estrutura natural para introduzir na vítima. Já os peçonhentos são mais agressivos e possuem meios para envenenar a vítima, como ferrão ou dentes.
Celso Ferreira ressalta a necessidade da atenção redobrada devido a presença desses animais peçonhentos e venenosos nas casas e apartamentos.
"Durante o período chuvoso a reprodução dos insetos é intensificada no ambiente urbano, o que atrai os animais, fazendo com que saiam do seu meio natural em busca de alimento”, explica o biólogo, acrescentando que o lixo doméstico também serve de atrativo.
Socorro médico
Em caso de acidentes, como a picada de cobras e escorpiões, por exemplo, as vítimas devem procurar imediatamente o serviço médico de emergência e não realizar nenhum tipo de procedimento sem a devida instrução.
Ao esperar socorro, a vítima deve se manter com o corpo estático para que a substância não se espalhe mais rapidamente pela corrente sanguínea. Também não devem ser feito procedimentos populares, como tentar retirar o veneno com a boca em caso de picadas de cobras, por exemplo.
(*) Bruna Gomes é estagiária sob supervisão do jornalista Luiz Brandão.
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