A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a CMEIE (Comissão Municipal Expedidora de Identidade Estudantil) recebeu os documentos que podem comprovar desvios de recursos. A informação surgiu após denúncia de vereadores da Casa. São relatórios de prestações de contas anuais e mensais da CMEIE que determinam o quanto foi repassado e para onde.

A reportagem teve acesso a essa documentação e constatou que as principais entidades que aparecem no relatório são o Centro de Colegiado do Estado do Piauí (CCEP) e a União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES). De acordo com estes relatórios, mensalmente o CCEP recebia o valor de R$ 16 mil podendo chegar até a R$ 20mil em um único mês.

O mais estranho nisso é que o CCEP mesmo recebendo esta bolada todos os meses ainda mantém abandonada e fechada a sua antiga sede na rua 24 de Janeiro e a  Casa de Estudante no cruzamento daquela via com a Desembargador Freitas. Os dois imóveis estão servindo de motel para moradores de rua, esconderijo de bandidos e local para o consumo de drogas.

Para a UMES era destinado R$ 1,5 mil. Anualmente, de acordo com este primeiro relatório, a UMES recebeu em 2010 a soma de R$ 26.500 e a CCEP R$ 94 mil. Porém, de acordo com o artigo 36 da própria CMEIE, os repasses para estas instituições só podem ser feitos anualmente e apenas no mês de dezembro. Não deveriam ter acontecido mensalmente, como vinha acontecendo. Foi então que uma segunda prestação de contas foi enviada a Câmara de Vereadores, onde houve uma alteração nos valores. Eles diminuíram. Verificou-se então que a UMES recebeu em 2010 a soma de R$ 11.500 mil e a CCEP R$ 20 mil, repasse feito somente no mês de dezembro.

Outro detalhe que chama atenção é o fato de Francisco Edvan da Silva presidir não só a CMEIE como também a CCEP. E é o proprio Francisco Edvan quem autoriza esses repasses. É como se tivesse repassado dinheiro para ele mesmo. Curioso é que esses valores aumentaram a partir do mês de julho até dezembro do ano passado, coincidentemente na mesma época do período eleitoral. A CPI se reúne todas as quartas-feiras na Câmara de Vereadores e somente após a análise da documentação que recebeu os possíveis envolvidos no desvio de dinheiro serão convocados para prestarem explicações.