A TV Mirante de São Luís(MA) não promoverá, este ano, o debate de primeiro turno entre os candidatos a prefeito de São Luís. Às emissoras de rádio e TV, a lei eleitoral impõe restrições que limitam a liberdade de imprensa: obriga, por exemplo, que sejam chamados para os debates todos os candidatos de partidos com representação na câmara dos deputados, mesmo aqueles que chegam ao fim da campanha com índices inexpressivos nas pesquisas eleitorais.Para realizar o debate com um número menor, a lei exige que haja um acordo com os candidatos - dez, no caso de São Luís. E o acordo foi feito e assinado pelos representantes de todos os dez candidatos, em reunião realizada com a Direção de Jornalismo da TV Mirante, no dia 29 de julho.Pelo acordo, o debate seria feito com cinco candidatos, podendo chegar a seis, dentre os mais bem colocados na pesquisa do Ibope divulgada antes do debate.A pesquisa foi divulgada no dia 18 de setembro. Pelos resultados apresentados, os seis participantes do debate seriam: João Castelo, Flávio Dinho, Clodomir Paz, Gastão Vieira, Cleber Verde e Raimundo Cutrim. Para os outros quatro candidatos: Pedro Fernandes, Waldir Maranhão, Welbson Madeira e Paulo Rios, a TV Mirante ofereceu espaço compensatório - uma entrevista de oito minutos - no JMTV primeira edição, espaço este que já está sendo utilizado, desde segunda-feira com término previsto para amanhã.O candidato Pedro Fernandes, do PTB, que havia, por meio de um representante, assinado o primeiro acordo, resolveu recorrer à justiça para participar do debate.O candidato, que na última pesquisa Ibope obteve 1% das intenções de voto, pelo acordo, só teria direito a participar da entrevista, que foi marcada para hoje (1) e à qual ele não compareceu.A experiência comprova que debates com mais de cinco candidatos não são proveitosos: o tempo destinado à discussão de cada assunto se torna exíguo demais, e o debate acaba simplesmente não acontecendo.Além do mais, a imprensa deve cobrir o que é notícia, de forma livre e espontânea: aqueles que, ao longo do processo, ganham densidade eleitoral são mais bem cobertos, crescem nas pesquisas e asseguram um lugar nos debates. É assim a dinâmica no mundo democrático. É como deveria ser aqui também. A TV Mirante e a TV Globo lamentam que estas restrições na lei eleitoral a impeçam de promover um evento que tem se mostrado valioso em eleições passadas - e espera que a sociedade e os seus representantes, em Brasília, reflitam sobre a questão.Se houver segundo turno, o debate já está assegurado para o dia 23 de outubro. A TV Mirante pede desculpas aos candidatos que, conforme o acordo, teriam direito de participar do debate e pede, igualmente, a compreensão de seus telespectadores.
Fonte: Imirante
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