Campanha de Richa teria recebido R$ 2 milhões desviados diz jornal

Richa denuncia desvio campanha


 A campanha do governador reeleito do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR), teria sido beneficiada por R$ 2 milhões supostamente desviados da Receita Estadual, segundo informações prestadas por um auditor que fez um acordo de delação premiada com o MPE (Ministério Público Estadual). Segundo o relato do auditor, o dinheiro teria sido desviado por um chefe da fiscalização da Receita. As informações são do "Jornal de Londrina".

Luiz Antônio de Souza, preso durante uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPE, que apurava enriquecimento ilícito de funcionários do Fisco, disse que os recursos foram desviados pelo então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio Albuquerque de Lima. Os depoimentos tomados de Souza geraram 28 horas de gravações. A delação de Souza já foi homologada pela Justiça.

O ex-inspetor-geral, segundo o delator do esquema, estaria agindo em nome de Luiz Abi Antoun, que se apresenta como primo do governador Richa. De acordo com Lima, a ordem recebida pelos auditores foi de cumprir uma "meta" de desvios que seriam repassados à campanha. Segundo o delator, o esquema teria desviado desde 2005 o valor de R$ 500 milhões, sendo que 10% foram para o bolso dos fiscais.

Souza e Lima foram presos na Operação Publicano, que apura desde abril o recebimento de propina por servidores públicos da Receita Estadual em Londrina (381 km de Curitiba) para facilitar a sonegação por empresas que receberiam anistia de multas do Fisco. Até agora, 62 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo esquema.

Antoun foi uma das sete pessoas presas em março deste ano na Operação Voldemort, sob suspeita de organização criminosa, fraude em licitação e falsidade ideológica. O empresário foi detido no último dia 16 e foi solto uma semana depois, após a Justiça conceder a ele um habeas corpus. A operação tinha esse nome em homenagem ao vilão homônimo dos livros e filmes do bruxo Harry Potter.

A inspiração para o nome da operação veio do fato de que, ao longo da investigação, os demais suspeitos só chamavam Antoun como "o líder" ou "o chefe". O nome dele, assim como o do arqui-inimigo de Potter, nunca era mencionado.

A direção do PSDB no Paraná emitiu uma nota em que diz que "refuta de forma veemente as declarações atribuídas ao sr. Luiz Antonio de Souza". "Informa ainda que Antoun nunca tratou de arrecadação para a campanha eleitoral. Essa tarefa foi de responsabilidade do comitê financeiro, do qual Antoun nunca fez parte."

"O partido ressalta ainda que todas as doações recebidas pelo partido na campanha eleitoral de 2014 ocorreram dentro da legalidade, sendo registradas e atestadas pelo comitê financeiro. As contas foram apresentadas e aprovadas integralmente pela Justiça Eleitoral", diz o comunicado.

O UOL procurou ainda a assessoria de comunicação do Governo do Paraná, mas as chamadas não foram atendidas e caíram diretamente na caixa postal.

Fonte: uol

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