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Cálculo renal afeta duas vezes mais os homens do que as mulheres

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Sexta - 28/03/2014 às 16:03



 A ingestão de água previne uma das piores dores que um ser humano pode sentir: a cólica renal. Conhecido popularmente como "pedra no rim", o cálculo renal é formado devido a uma disfunção metabólica que faz com que algumas substâncias, como o cálcio, não sejam eliminadas naturalmente, acumulando-se no órgão e formando pedras que podem se alojar no rim ou ir para o canal da urina. O problema é muito comum e afeta 15% dos homens e 8% das mulheres em todo o mundo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia.

Segundo o urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Adriano Cardoso Pinto, geralmente, o cálculo é diagnosticado durante uma crise de cólica renal. "No hospital, o paciente recebe medicação para tratar os sintomas, como náusea e dor, e realiza exames para confirmar a presença da pedra e verificar o tamanho, localização e se há infecção no rim", explica.

"O tratamento varia de acordo com o caso. Quando o cálculo é pequeno, é possível utilizar medicações que ajudam a expulsá-lo do corpo. Para cálculos de maior tamanho, pode ser necessário realizar a litotripsia extracorpórea que, por meio de ondas de choque, fragmenta as pedras para que possam ser eliminadas gradativamente na urina, ou a endoscopia urinária, que utiliza o laser para a mesma finalidade", detalha.

De acordo com o especialista, as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o cálculo renal. Para informar a população sobre o assunto, o especialista esclarece 10 mitos e verdades:

A ingestão de água ajuda a prevenir o cálculo renal
VERDADE. A ingestão de água ajuda a diluir as substâncias acumuladas no rim e, com isso, a prevenir a formação de pedras.

Chá de quebra-pedra dissolve os cálculos
MITO. O chá de quebra-pedra (erva cientificamente chamada de Phyllanthus) possui uma substância que promove o relaxamento e ajuda a diminuir o acúmulo de cálcio no rim, mas não dissolve os cálculos já formados.

No verão, há um aumento no número de casos de cálculo renal
VERDADE. Tanto no Verão, quanto em regiões mais quentes, como o nordeste do Brasil, há uma maior incidência de casos de cálculo renal. Isso acontece porque há uma perda maior de água por meio do suor, por exemplo, que deixa a urina mais concentrada e promove a formação de pedras.

Quem tem cálculo renal, sente dor
MITO. O cálculo renal só causa dor quando obstrui a passagem da urina. Em alguns casos, não há nenhum sintoma.

A cólica renal é uma das piores dores que um ser humano pode sentir
VERDADE. Os nervos do sistema urinário são compartilhados com outros órgãos, como estômago e intestino e isso faz com a dor se expanda pelo abdômen. Por isso, é comum, durante a cólica, o indivíduo ter náuseas, vômito e diarreia.

Frutas e verduras com sementes podem ocasionar cálculos
MITO. Não são as sementes que causam cálculos, mas determinados alimentos. Folhas verdes escuras, por exemplo, não têm sementes, mas são grandes causadoras do problema.

Alimentos ricos em cálcio causam cálculos
VERDADE. Os indivíduos que já têm uma predisposição ao acúmulo de cálcio no organismo devem evitar o consumo exagerado da substância.

Quem já teve um quadro de cálculo renal, tem mais chances de voltar a desenvolver o problema
VERDADE. Quem já teve um quadro de cálculo renal, tem 50% mais chances de voltar a desenvolver o problema, nos próximos três anos. Isso acontece porque, geralmente, o paciente não continua o acompanhamento médico e volta a acumular a substância que forma a pedra.

Cerveja ajuda a diluir o cálculo
MITO. A cerveja não ajuda a diluir o cálculo, mas contribui com a eliminação da pedra. Por ter 70% de água em sua formulação e ser diurética, a bebida acelera a micção e, assim, ajuda empurrar a pedra para fora do corpo. Porém, por ser uma bebida alcóolica, é preciso ser consumida com muita moderação. Além da cerveja, a ingestão de líquidos em geral promove o mesmo benefício.

Ingerir frutas cítricas ajuda a prevenir o cálculo renal
VERDADE. Substâncias cítricas, como suco de laranja e limão, ajudam a dissolver o cálcio presente na urina, prevenindo o acúmulo e a formação de pedras.

Adriano Cardoso Pinto é urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Fonte: CBU

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