Brasil

Cada vez mais graduados disputam cargos de nível médio em bancos

disputam bancos concursos cargos graduados

Terça - 10/02/2015 às 17:02



 A exigência de nível médio, contida em todos editais de concurso para escriturário de bancos públicos, está sendo cada vez mais bem vista pelos candidatos com nível superior no Brasil. A tendência é confirmada pela concorrência da atual seleção do Banco do Brasil, que abriu recentemente 2.499 vagas em cadastro reserva para o cargo. Dos 534.995 candidatos inscritos, 66% têm graduação ou está cursando nível superior. A proporção se repete dentro do próprio banco, onde 68% dos 41 mil escriturários e caixas não têm no currículo apenas nível médio de formação.

Rodrigo Regis de Oliveira faz parte do grupo. Ele fez concurso para o banco quando ainda estava cursando administração. “Sempre me identifiquei com a carreira bancária, fui estagiário da Caixa Econômica, e desde quando comecei a cursar faculdade meu foco era passar em um concurso e tentar uma ascensão interna, de preferência nas diretorias relacionadas a minha área, como as de marketing e gestão de pessoas”, planeja.

Da mesma forma que Rodrigo, o crescimento dentro da instituição bancária foi o que mais estimulou Rebecca da Silva Carvalho a se inscrever no concurso do BB. Também formada em administração, a escriturária vai completar três anos no banco e planeja construir uma carreira consolidada. “Andei uma casa para trás, concorrendo em um concurso de nível médio, mas, no futuro, certamente vou andar dez casas para frente”, anseia.

Já para Natália Carvalho, é a estabilidade que contou mais na hora de participar do concurso. Pós-graduada em publicidade, a escriturária, recém convocada pelo BB, não aguentava mais a instabilidade do mercado privado. “Eu não via mais possibilidade de crescer na agência publicitária em que eu estava, meu salário era o mesmo há muito tempo. Tive melhores propostas de outras empresas, mas não aceitei. Aqui no banco quero fazer um bom trabalho e sei que posso crescer, quem sabe trabalhar na diretoria de marketing”.

Para o professor de conhecimentos bancários Guilherme Cabral, do IMP Concursos, o que gera esse fenômeno são, de fato, a estabilidade e a carreira dentro da instituição bancária. “Plano de saúde, previdência, salário fixo razoável, participação nos lucros do banco, e a possibilidade de exercer funções gerenciais com remunerações maiores são chamarizes determinantes para quem tem graduação e se propõe a ser escriturário. O horário de trabalho reduzido (no caso do Banco do Brasil, somente 30 horas por semana) também colabora para que os profissionais continuem atuando em suas áreas de formação”.

São benefícios que Mônica Mendonça pretende aproveitar um dia. A candidata não gosta de farmácia, área em que é formada, e vê no funcionalismo uma chance de se estabelecer profissionalmente para fazer enfermagem, sua vocação, e trabalhar na área. “Eu já fiz o ensino superior só para concorrer em concursos. E a seleção do Banco do Brasil me chamou atenção porque, apesar de ser de nível médio, não deixa de ser uma ótima chance para finalmente ter estabilidade e um salário razoável no fim do mês”, acredita.

Após a aprovação
De acordo com o diretor de gestão de pessoas do BB, Carlos Netto, a participação cada vez maior de candidatos com nível superior no concurso de nível médio do banco é um processo natural. “Somos a maior instituição financeira da América Latina, apresentamos resultados consistentes para os acionistas, temos uma política de gestão de pessoas reconhecida pelo mercado, além de desempenharmos um importante papel social no país”.

Netto afirma que o BB leva o plano de carreira dos bancários a sério. “O fato de um escriturário ter diploma de graduação é positivo e o banco valoriza isso. Temos um sistema em que o funcionário consegue visualizar e se candidatar a vagas em aberto. As chances de ser chamado para entrevista aumentam à medida que ele insere em seu perfil certificados como o de nível superior, de línguas e até de cursos oferecidos pelo próprio banco”.

Nesta semana, o BB foi alvo de uma decisão judicial que condena as seleções internas, e obriga a realização de concurso público para cargos de nível superior. O banco disse que vai recorrer da decisão.

Fonte: correioweb

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: