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Procurador da Operação Zelotes diz não entender por que a PF ouviu Lul

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Quarta - 27/01/2016 às 14:01



 O procurador da República Frederico Paiva, que atua na força-tarefa da Operação Zelotes, disse nesta segunda-feira não ter entendido os motivos de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter prestado depoimento à Polícia Federal, uma vez que Lula não é investigado pela Zelotes.

No dia 6 de janeiro, Lula prestou depoimento à PF para esclarecer pontos sobre o suposto esquema de compra de medidas provisórias em seu governo e para falar sobre pagamento no valor de R$ 2,5 milhões que a LFT Marketing Esportivo, empresa de seu filho Luís Cláudio, recebeu do escritório de advocacia Marcondes & Mautoni, cujos sócios estão presos desde outubro e são réus na Zelotes.

“Não entendi o motivo de o delegado ter ouvido o Lula neste caso”, disse Paiva a jornalistas, durante intervalo das audiências de testemunhas de defesa dos réus da Zelotes. A sessão de audiências começou nesta manhã e deve se estender ao menos até quarta-feira. “Ele [Lula] não consta no rol de investigados. Em nenhum momento existe algum ato praticado por ele que tenha sido objeto [de investigação]”.

Questionado sobre o que a PF queria saber de Lula, Paiva respondeu: “Tem que perguntar ao delegado, não para mim”. Paiva disse ainda que “em nenhum momento, a denúncia relata que houve por parte da Presidência da República, seja lá qual for, uma compra direta [de medidas provisórias]”.

Indagado se o Ministério Público discorda de Lula ter sido ouvido pela PF, Paiva disse que não. “Não, não discorda. São decisões tomadas pelos investigadores, pelos delegados. O foco da investigação é o tráfico de influência e corrupção no Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]. São investigações que prosseguem e são demoradas. Óbvio que a estrutura nossa é pequena. Consegui prazo no fim de dezembro para acelerar a análise das informações que a gente já tem. Há um volume enorme de informações a serem analisadas”, disse.

A apuração de um possível esquema de corrupção no Carf gerou outra linha de investigação, a de suposto esquema de compra de medidas provisórias nos governos Lula e Dilma Rousseff em favor da indústria automobilística. As MPs concederam benefícios fiscais a montadoras.

Fonte: DCM

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