Brasil

Lula recebe movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanse

Lula Morhan recebe hanseníase

Quinta - 20/08/2015 às 00:08



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na segunda-feira, 17 de agosto, na sede do Instituto Lula, em São Bernardo do Campo, integrantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). A entidade brasileira, que é referência internacional no enfrentamento da doença, trouxe para debate a atual situação da hanseníase no país, a realização de campanhas de prevenção e o enfrentamento do preconceito. Único país no mundo a não estar em fase de eliminação da doença, o Brasil não cumprirá a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de eliminar a hanseníase até 2015. E o problema vai além da questão epidemiológica: estima-se que dez mil brasileiros, vítimas do maior episódio de alienação parental da História do Brasil, ainda busquem suas famílias.

A discussão também abordou os avanços no governo Lula, na área da saúde e nos direitos humanos. Em 2007, o então presidente da República sancionou a lei federal 11.520, que concede pensão especial e outras medidas reparatórias às pessoas que ao longo de todo o século 20 foram isoladas compulsoriamente nos antigos hospitais colônia. “Com este marco, Lula colocou o Brasil em posição de destaque o cenário internacional, no que diz respeito aos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase. Nós acompanhamos as políticas públicas para hanseníase há 34 anos e nunca se avançou tanto como no governo Lula, particularmente no enfrentamento da discriminação e no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas atingidas pela doença”, reconhece Artur Custódio, coordenador nacional do Morhan.

Seguindo a experiência japonesa, o Brasil foi o segundo país do mundo a indenizar as pessoas que foram segregadas nas antigas colônias. “Agora, podemos ser o primeiro país a indenizar os filhos dessas pessoas, entregues compulsoriamente à adoção ao nascer. Esperamos que o governo brasileiro cumpra o compromisso de eliminar a hanseníase e reparar os danos causados por esta criminosa política de segregação social e alienação parental, conhecida como o ‘holocausto sanitário’”, adianta Artur.



Considerada a doença mais antiga da humanidade, a hanseníase ainda representa um grave problema para a saúde pública brasileira. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, 31.064 casos novos de hanseníase foram identificados em todo o país, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 15,32 novos casos da doença por cada 100 mil habitantes. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), “estar em eliminação” significa registrar até 10 casos da doença por cada 100 mil habitantes.



Artur destaca que essa situação é absurda, pois a hanseníase tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente. “Como a transmissão da doença é interrompida 48 horas após o início do tratamento, o Brasil teria todas as condições para eliminar a hanseníase. No entanto, o país concentra o maior número de casos da doença em todo o mundo. Este não é apenas um desafio epidemiológico e é preciso vontade política para superá-lo”, conclui o coordenador nacional do Morhan.

Fonte: assessoria

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