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CORRUPÇÃO

Governador bolsonarista acusado de corrupção vai passar fim ano com a família

Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, autorizou Gladson Cameli a ter contato com os irmãos Eládio Cameli Júnior e Gledson Cameli desde sábado (23). A autorização se estende até 1º de janeiro

Da Redação

Domingo - 24/12/2023 às 12:14



Foto: Redes sociais Gladson Cameli é acusado de recebeu R$ 6,1 milhões de propina
Gladson Cameli é acusado de recebeu R$ 6,1 milhões de propina

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o governador do Acre, o bolsonarista Gladson Cameli, do PP, a ter contato com os irmãos Eládio Cameli Júnior e Gledson Cameli durante durante as festas de fim de ano. A autorização começou sábado (23) e se estende até o dia 1º de janeiro. A decisão é do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal, Gladson Cameli recebeu R$ 6,1 milhões de propina de empresas para comprar apartamento e carro de luxo. A PGR pediu afastamento dele do cargo.

O governador foi proibido de se aproximar dos parentes, inclusive do pai, no início de 2023, durante a 3ª fase da Operação Ptolomeu, que investiga corrução e lavagem de dinheiro no atual governo. Em junho deste ano, após recurso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o governador a ter contato com o pai, Eládio Cameli, de 70 anos.

"Quanto à específica cautelar de proibição de contato, não há óbice para que Gladson de Lima Cameli participe, entre os dias 23/12/2023 e 01/01/2024 das festividades de Natal e ano novo ao lado de Eládio Cameli Júnior e Gledson Cameli afirma Barroso”, informa a decisão.

A Operação Ptolomeu foi iniciada em 2021 e investiga, entre outros, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). A terceira fase da operação foi deflagrada no dia 9 de março deste ano a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União.

Na ação, foram cumpridos 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal.

Denúncia 

No final do mês de novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o governador Gladson Cameli (PP) fosse imediatamente afastado do cargo.

A denúncia feita pela PGR contra o governador apontou que a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas - sendo o irmão do governador, Gledson Cameli, um dos sócios dessa empresa – teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.

Ao longo de quase 200 páginas, o MPF apresentou amplo material probatório dos crimes praticados e que tiveram como ponto de partida a fraude licitatória, o que consistiu na adesão da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre a uma ata de registro de preços vencida pela empresa Murano, que tem sede em Brasília (DF), e nunca havia prestado serviços no Estado do Acre.

O objeto da licitação feita pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (campus Ceres /GO) era a prestação de “serviços comuns de engenharia referentes à manutenção predial”. 

Já no Acre, a empresa foi responsável pela execução de grandes obras rodoviárias, tarefas executadas, conforme a denúncia, por companhias subcontratadas, uma delas a Rio Negro Construções, que tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador.

Em nota divulgada na época, o governador disse que confia na Justiça, se mantém à disposição para quaisquer esclarecimentos e continuaria com sua agenda na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

Gladson de Lima Cameli (PP) e outras doze pessoas são suspeitas pelos crimes de organização criminosa, corrupção nas modalidades ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Iniciadas em 2019, as práticas ilícitas descritas na denúncia teriam causado prejuízos de quase R$ 11,7 milhões aos cofres públicos.

Além da condenação de forma proporcional à participação individual no esquema criminoso, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos pediu o afastamento do governador até o fim da instrução criminal. Somadas, as penas pelos crimes podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

Fonte: Metrópole

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