Brasil

MORTE DE GENIVALDO DE JESUS

Ex-agentes da PRF que torturaram e mataram homem pobre vão para presídio comum

Paulo Rodolpho, William Noya e Kléber Nascimento devem ser transferidos a partir de janeiro de 2024

Da Redação

Quarta - 08/11/2023 às 10:09



Foto: Reprodução/Redes Sociais Genivaldo foi morto dentro de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Genivaldo foi morto dentro de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF)

Os três ex-policiais rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus serão transferidos de um presídio militar para um presídio estadual de Sergipe. A decisão é da desembargadora Joana Carolina Lins Pereira, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Segundo a decisão da magistrada, Paulo Rodolpho, William Noya e Kléber Nascimento devem ser transferidos a partir de janeiro de 2024. No mesmo ofício, ela negou a revogação da prisão deles.

A transferência se baseia na questão de que os três foram demitidos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após procedimento apuratório da Corregedoria e, com isso, deixaram de ser policiais. A demissão saiu em 14 de agosto deste ano, assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

O advogado Rawlinson Ferraz, que representa Paulo Rodolpho, no entanto, sustenta que a transferência dos três para um presídio estadual levanta “riscos de morte” a eles.

“Estará em risco sua vida, pela condição de policial rodoviário federal atuante por longos anos no combate à criminalidade. A vida deles corre risco em seu mais alto grau. Todos sabemos que por questão humanitária, e jurídica mesmo, uma vez que não há trânsito em julgado, devem permanecer no presídio que se encontram”, disse o defensor em nota enviada à CNN.

Relembre o caso

Genivaldo de Jesus foi morto em maio de 2022, em Sergipe, no caso que ficou conhecido como “câmara de gás”. Isso porque ele morreu asfixiado depois de ser colocado no compartimento de presos da viatura da PRF, onde os agentes lançaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo, de acordo com denúncia do Ministério Público.

Após um ano e meio, a PRF decidiu pela demissão dos policiais envolvidos e enviou o processo de 13 mil páginas ao Ministério da Justiça, responsável por dar a última palavra no caso.

Além da morte de Genivaldo de Jesus, a PRF também investigou duas outras denúncias contra os policiais envolvidos no caso. Segundo o processo administrativo, os casos aconteceram dois dias antes da morte de Genivaldo.

Fonte: Agência Brasil

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