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Brasil vive fase de transição diz Ministro Nelson Barbosa em Davos

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Quinta - 21/01/2016 às 14:01



Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil Os ministros Valdir Simão e Nelson Barbosa na cerimônia de transmissão de cargo do Ministério do Planejamento
Os ministros Valdir Simão e Nelson Barbosa na cerimônia de transmissão de cargo do Ministério do Planejamento
A contração da economia vista em 2015 e a esperada para este ano são uma “fase de transição” para o Brasil, afirmou nesta quinta-feira (21) o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, em painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

“Estamos em uma nova fase que sucedeu o boom das commodities. E o Brasil está se ajustando a esse cenário internacional”, disse ele, que participa de painel sobre a retomada do crescimento global.

Barbosa ressaltou que a economia brasileira se beneficiou muito dos altos preços das commodities na última década – situação que se alterou nos últimos anos. Esses recursos, afirmou, foram usados para financiar um aumento da rede de proteção social do país. “Isso reduziu a desigualdade no Brasil e contribuiu muito para um ciclo virtuoso de redução da pobreza”.

“Nos últimos três ou quatro anos a situação mudou, tanto dentro quanto fora do país, e agora estamos enfrentando o desafio de consolidar as conquistas sociais quer fizemos no passado recente e preparando nossa economia para essa nova fase da economia global”.

Questionado se o Brasil deve viver mais um ano difícil, Barbosa se disse otimista, mas apontou que a economia brasileira precisa ser preparada para a nova fase da economia global, e que isso “requer algumas mudanças estruturais”.

“Estamos no meio disso, e também somos uma democracia avançada, então essas mudanças estruturais precisam ser discutidas. Esse processo está acontecendo, e estou confiante de que vamos superar esse período de transição”.

Incentivo ao crescimento

Questionado sobre o que o governo pode fazer para incentivar o crescimento econômico, Barbosa ressaltou a necessidade de manter a estabilidade macroeconômica, mas insistiu no papel do governo para o crescimento e a redução das desigualdades.

“A questão é manter a estabilidade macroeconômica, mas a forma como você faz isso depende do que você quer do governo. E acho que certamente os últimos anos, as últimas décadas, mostraram que o governo tem um papel importante em manter a desigualdade em nível razoável”, afirmou.

Segundo o ministro, o governo deve “liderar o caminho”, mas não necessariamente “ser o ator principal”.

“O governo é o coordenador dos esforços. Especificamente nas economias emergentes, na área de investimento”. “Estamos no meio de uma transformação tanto tecnológica quanto demográfica e política, e isso requer um governo muito intenso”, afirmou.

“Há demanda reprimida para investimentos melhores em infraestrutura, para grandes projetos, e esses projetos podem ser realizados pelo mercado, mas as incertezas que alguns desses projetos têm, alguma coordenação do governo em relação aos riscos, o planejamento, é inevitável. Isso acho que são os principais desafios. Reduzir a desigualdade e ter políticas de desenvolvimento que estimulem o mercado a fazer coisas que não vão fazer sem algumas garantias do governo”, disse Barbosa.

Na véspera, Barbosa disse acreditar que o país poderá voltar a crescer já no 2º semestre e minimizou piora do FMI para a economia brasileira.

"Acho que essa retomada pode ocorrer já a partir do 2º semestre. Trabalhamos com esse cenário", disse Barbosa, acrescentando que, diferentemente do FMI, outras projeções apontam para crescimento do PIB em 2017.

"Estamos no início do ano. Projeções são importantes, mas projeções são apenas projeções. Estamos trabalhando para melhorar os resultados da economia", completou.

Fonte: globo.com

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