Bazar com acervo de Renato Russo rende R$ 30 mil

Apesar de ter abertura ao meio dia, horas antes os fãs já faziam fila para ver e comprar as peças que pertenceram ao ex-Legião Urbana


Renato Russo

Renato Russo Foto: Reprodução

Mais de 20 anos após a morte de Renato Russo, os fãs do cantor tiveram a chance de ficar "perto" do ídolo neste sábado (7), no bazar beneficente com o acervo pessoal do músico promovido pelo Retiro dos Artistas, na zona oeste do Rio. O evento, que contou com itens doados pelo filho do cantor, Giuliano Manfredini, dá o pontapé nas comemorações de cem anos do instituto que abriga artistas aposentados e sem condições financeiras.

Com o embate entre a irmã de Renato Russo, que não queria que os itens fossem vendidos, e o filho, que procurou o retiro oferecendo os objetos, o bazar ganhou ainda mais repercussão. Apesar de ter abertura ao meio dia, horas antes os fãs já faziam fila para ver e comprar as peças que pertenceram ao ex-Legião Urbana.

Foi o caso da fotógrafa Lívia Ribeiro, 27, que apesar de ter conhecido Renato só após a sua morte, sempre foi fã do cantor.

"Estudei na escola que ele estudou e a minha professora de português e redação foi professora dele, então aprendíamos com as músicas de Renato e assim eu fui me apaixonando. Quando soube do bazar já separei um dinheiro e vim, fui a primeira a chegar", disse ela, que comprou um móvel de R$ 500 e um short do pijama do cantor. "O short eu vou guardar. O móvel vou colocar no meu quarto", contou.

Ricardo Tavares, engenheiro e músico, 44, levou as filhas pequenas para compartilhar do amor pelo ídolo. "Fui ao show do terceiro disco da Legião quando eu tinha 18 anos, no Maracanãzinho, e sou fã desde então. Entrei e olhei tudo para ver o que eu gostaria de levar, até que dei de cara com uma camisa. Lembro perfeitamente de ele usando. Não resisti."

Pessoas de diversos estados compareceram ao evento, como a professora Heloísa Nahara, 36, de São Paulo. "Meu marido me deu de presente as passagens de avião e a hospedagem. Ele disse que não entendia a minha loucura, mas me apoiava porque eu sou fã. Eu entrei e dei de cara com uma poltrona e um aparador que eu queria muito. Tinha visto em um vídeo de divulgação e fiquei alucinada. Queria pelo menos encostar e aí consegui comprar. Só quem é fã consegue entender."

Heloísa garantiu, além da poltrona, que custava R$ 5.000, artigos como camisas, CDs, livros e um aparador. Ela contou que, futuramente, pode doar os objetos para a irmã de Renato. "Eu fiquei na dúvida se vinha por conta da briga de família, mas vi que era só objeto do acervo pessoal. Vou colocar essa poltrona na minha sala, mas a irmã do Renato pediu para que os fãs de verdade doassem o que comprasse. Penso em dar pra ela futuramente."

Não foram só fãs que lotaram o evento. Muitos curiosos apareceram, como o engenheiro Paulo Roberto, 65. "Não sou fã, mas gostava da banda. Vim pra dar uma olhada mesmo, não penso em comprar nada", contou.

Duas horas após a abertura do bazar, mais de R$ 30 mil já havia sido arrecadado. As peças foram vendidas somente em dinheiro e cartão de débito. Cida Cabral, diretora do Retiro dos Artistas, celebrou. "Estamos todos muito felizes. A procura está sendo grande e as peças mais caras foram as primeiras a serem vendidas. Os fãs estão muito felizes e nós também", disse.

A maquiadora Cida Freitas e o artista circense Lourivao Negrito, que moram há dez anos no instituto, andavam de um lado para o outro, agradecendo aos compradores. "O filho do Renato não sabe o bem que fez a gente, doando tudo isso, e eu estou fazendo questão que as pessoas aqui saibam. Dou o meu sorriso e abraço e agradeço a todos os que eu vejo ajudando a gente. É o mínimo que podemos fazer pra retribuir."

Fonte: Folhapress

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