Foto: Assessoria/Sindicato
Bancários do Piauí decidiram entrar em greve a partir desta terça-feira
Os bancários entram em greve a partir desta terça-feira (6) em todo o país.Reunidos em assembleia na sexta-feira, os bancários do Piauí votaram pela deflagração da greve por tempo indeterminado a partir de amanhã.
A categoria reivindica reajuste salarial de 5% além de reposição da inflação no período (9,57%). Os bancos oferecem reajuste de 6,5% sobre o salário e benefícios – como vale-alimentação e auxílio-creche -, além de abono no valor de R$ 3.000.
De acordo com a Contraf (confederação que representa trabalhadores do ramo financeiro), a paralisação foi aprovada em assembleias de cerca de 140 sindicatos e federações pelo país realizadas na última semana.
A última greve nacional dos bancários aconteceu em outubro de 2015 e durou 21 dias. A categoria conseguiu um reajuste de 10%, com aumento real de 0,11%.
Além do reajuste, outro tema da pauta de reivindicações é a regulamentação do atendimento remoto.
De acordo com a Contraf, a digitalização dos serviços bancários vem acentuando a tendência de cortes de pessoal no mercado. Atualmente, o setor emprega 512 mil funcionários em todo o Brasil, segundo a entidade.
Clientes que precisarem de serviços durante a paralisação deverão utilizar caixas eletrônicos ou ligar para as centrais de atendimento dos bancos. É possível consultar saldo ou fazer transferência via telefone, por exemplo.
Essas e outras funções também estão disponíveis nos sites dos bancos ou por meio de aplicativos para tablets e smartphones. Pagamentos de contas e saques também podem ser feitos em lotéricas.
No Piauí
Reunidos em assembleia na sexta-feira, os bancários do Piauí votaram pela deflagração da greve por tempo indeterminado a próxima terça-feira (06). Arimatéa Passos, presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, explica que a categoria rejeitou a proposta dos bancos. "Ela não atende a expectativa criada pela categoria e nem tampouco a metade do que pedimos”, reclamou.
Os bancários do Piauí, acrescentou, atendendo ao que a categoria em todo o Brasil já havia determinado, a partir do dia 6, também entram em greve.
A decisão rejeita a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentada no último dia 29, que é de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$3 mil. De acordo com os bancários, a oferta não cobre sequer a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano, o que representa perdas de 2,8% para cada bancário.
A classe possui uma proposta de reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho). PLR de três salários mais R $8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho. Os bancários lutam também pela defesa dos empregos, contra a terceirização, assim como a proteção das empresa públicas, contra as privatizações.
João Neto, Diretor Regional do Sindicato dos Bancários em Teresina Secretário de Relações de Trabalho da CUT, falou sobre a motivação do movimento de greve no país: “Sabemos que existe uma crise econômica internacional, não é só no Brasil, mas que afetou profundamente a economia brasileira, e os banqueiros usam essa desculpa para não atender as reivindicações da classe. Um setor altamente lucrativo, não teve problema no setor financeiro, os juros estão altíssimos, os lucros continuam os mesmos e eles apresentaram uma proposta abaixo da inflação, insistindo em uma proposta de abono do ano passado”.
De acordo com João Neto, o novo governo do país, que ele chama de 'golpista', pretende dar prosseguimento às ações iniciadas no período do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é preciso lutar contra essas medidas:
“Em relação as mudanças que esse governo fará, os bancos serão os primeiros da lista. Nos anos 90 a tarefa exercida pelo então governo FHC em relação às privatizações não foi concluída. Ficou faltando o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia. Outro ponto que lutaremos é a favor do emprego.
Temos uma ameaça constante referente ás terceirizações, que é interesse exclusivo dos banqueiros. Eles fazem grande pressão junto ao Congresso Nacional para que o PLC 030 seja aprovado. Para quem não sabe do que se trata, é o antigo PL 4330 que trata da terceirização em todos os setores das empresas”
Mais de 100 sindicatos realizaram assembleia nesta quinta-feira (01) e aprovaram a greve. Nesta sexta-feira (02) outros 34 sindicatos, incluindo o Sindicato dos Bancários do Piauí, analisaram as propostas da Fenaban e decidirram pelo início do movimento grevista.
Fonte: Redação/Sindicato/Folha
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