Política Nacional

Ex-filiado ao PSol agredia políticos nas redes sociais

Nas redes sociais ele atacou Bolsonaro, Alckmin e Ana Amélia e a Maçonaria

Quinta - 06/09/2018 às 21:09



Foto: Reprodução Adélio Bispo de Oliveira foi preso após esfaquear candidato
Adélio Bispo de Oliveira foi preso após esfaquear candidato

Suspeito de atacar o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, já tinha sido acusado pelo crime de lesão corporal, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (MG). O boletim de ocorrência em que Oliveira é acusado de atentar contra a integridade física de outras pessoas é de 2013.

Divulgação/Assessoria de Comunicação Organizacional do 2° BPM

O homem foi detido logo após o ataque e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora (MG), onde presta depoimento. “Policiais militares que se encontravam nas imediações conseguiram apreender o infrator imediatamente após a ocorrência”, contou o major da PM-MG, Flávio Santiago, à Agência Brasil, confirmando que pessoas que acompanhavam o ato político chegaram a agredir o suspeito.

“A ação rápida dos policiais garantiu a incolumidade física do infrator, impedindo que ele fosse linchado”, acrescentou o major.

Perfil no Facebook

Um perfil no Facebook em nome de Adélio Bispo de Oliveira, e com fotos que identificam o homem preso pela Polícia em Juiz de Fora, contém várias publicações contra Bolsonaro e seus apoiadores, bem como críticas à maçonaria. O autor da página demonstra fixação por esses dois temas – Bolsonaro e maçonaria – e o perfil exibe várias postagens ilógicas e confusas, sempre relatando supostas conspirações.

No dia 1° de agosto, o autor questionou, por exemplo, se 30 mil comunistas foram assassinados no governo militar brasileiro. E ele próprio responde: "Numerologia maçônica?", diz, citando supostos massacres de índios e negros no país e concluindo: "claro sempre vinda da direita maçônica, capitalista, burguesa e nazista". Em seguida, afirma que Bolsonaro é apoiado "por clãs maçônicos".

Na página, há muitas publicações em defesa do comunismo, inclusive apresentando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como um exemplo de comunista. Também há ataques a políticos, como a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), candidata a vice-presidente da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), com foto de campanha dos dois.

A última publicação é do dia 3 de agosto, sobre o perfil do eleitorado de Santa Catarina, com um link para matéria a respeito. Cerca de um mês antes, o titular do perfil fez check-in em uma escola de tiro em Florianópolis (SC).

Após o ataque a Bolsonaro, a página foi duramente atacada. Também foram criados vários perfis em nome de Oliveira, depois que ele já se encontrava preso, usando sua foto e uma imagem de uma balança.

O Globo

 Eleitor de Uberaba, Adélio foi filiado ao PSol de maio de 2007 até dezembro de 2014. Segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a filiação foi cancelada a pedido do próprio Adélio.

Uma das últimas ocupações dele foi como servente de pedreiro, mas ele já trabalhou em cafeteria e hotel.

Nas redes sociais, Oliveira é um crítico recorrente de Bolsonaro. "Dá nojo só de ouvir que (sic) dizer que a ditadura deveria ter matado pelos uns 30 mil comunistas", escreveu ele em um dos posts mais recentes, em 1º de agosto.

Ele também publicou recentemente ataques a vice do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), senadora Ana Amélia. "É ladra de projetos", escreveu ele também em agosto deste ano. Eleitor de Uberaba, Adélio foi filiado ao PSOL de maio de 2007 até dezembro de 2014. 

Desde o ano passado, o servente de pedreiro move uma ação trabalhista contra uma construtora de Balneário Camboriú (SC), de onde foi demitido em 2015. O Globo falou com o advogado trabalhista Pedro Tiago Oliveira Santos, que defende o servente de pedreiro. Ele disse estar surpreso com a atitude do cliente.

— A última vez que falei com ele foi há um mês, coisas do processo. Estou vendo agora que foi ele que fez isso com o Bolsonaro — afirmou.

Nas redes sociais, Oliveira também se mostra um crítico da maçonaria. "Metade dos assassinatos no Brasil estão diretamente
ligados a maçonaria, execuções por ordem de maçon, e isso gira em torno de 33 mil assassinatos no Brasil por este sistema satânico", postou em 2017.

Assim que foi identificado como suspeito da tentativa de homicídio contra Bolsonaro em Juiz de Fora, o servente de pedreiro passou a ser alvo de ataques de simpatizantes do candidato nas redes. No perfil dele no Facebook, apoiadores de Bolsonaro deixam mensagens com xingamentos e ameaças. "Não vai ficar assim seu lixo", "Vai diretamente para o inferno" e
'Assassino maldito" são algumas dessas mensagens.

Adélio Bispo de Oliveira
Adélio Bispo de Oliveira.40 anos, mora em Montes Claros (MG)                  [Foto: Facebook]

Fonte: Agência Brasil/O Globo

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