Brasil

Ator preso durante peça diz que foi humilhado e agredido pela PM

O ator Caio Martinez Pacheco, que foi detido, no último domingo (30), na Praça dos Andradas, em Santos, litoral de São Paulo

Terça - 01/11/2016 às 14:11



Foto: Trupe Olho da Rua Caio Martinez Pacheco
Caio Martinez Pacheco

O ator Caio Martinez Pacheco, que foi detido, no último domingo (30), na Praça dos Andradas, em Santos, litoral de São Paulo, enquanto encenava a peça ‘Blitz - O império que nunca dorme’, deu entrevista coletiva nesta terça-feira (01) e falou sobre o ocorrido.

Ele afirma que a prisão foi injustificável, já que, no momento em que a Polícia Militar realizou a abordagem e interrompeu o espetáculo, usou o argumento de que ele desrespeitava símbolos nacionais, embora, destaca o ator, todo o material mostrado já havia sido aprovado pelo próprio governo do Estado. 

A peça, encenada pela ‘Trupe Olho da Rua’, foi fundamentada em pesquisas sobre o resultado da atuação da Polícia Militar e aborda, entre outras questões, a forma truculenta com que os PMs costumam agir. 

A organização da peça de teatro também faz questão de destacar que a manifestação cultural já havia sido encenada, no mesmo local, cerca de 20 vezes, e que essa foi a primeira vez que algo similar ocorreu. As informações são do G1.

“A peça foi montada a partir de um edital do governo do Estado de São Paulo que seleciona 15 espetáculos, propostas, por ano de montagens. São 350 projetos que são inscritos para selecionar 15 e ficamos em 2° lugar no edital de 2014 para realizar em 2015. Esse espetáculo estreou em setembro de 2015 no Festival Santista de Teatro, percorreu algumas unidades do Sesc, mais de nove cidades do Estado e alguns festivais de importância nacional. Agora, em 2015, inscrevemos esse projeto com o vídeo já pronto e todos os signos que a gente apresenta em espaço público para um outro edital do Governo de Estado de circulação de obras artísticas pelo Estado de São Paulo e ele foi também contemplado em 2° lugar para circular por 11 cidades”, afirmou.

Caio afirma ainda que foi humilhado e agredido no momento em que era colocado na viatura, antes de seguir para o Palácio da Polícia, no Centro, onde permaneceu por cerca de quatro horas até ser liberado.

Além da Polícia Militar, a Guarda Municipal também foi acionada pela própria PM para prestar auxílio durante a abordagem. “Foi uma cena muito triste. Fomos cercados por diversos policiais, alguns empunhando armas. Estava acontecendo uma cena que era uma referência à pacificação estatal onde a gente executava o hino nacional em paralelo com aquela música 'Paz' do Gilberto Gil para criar essa dialética em relação à paz. O policial entrou em cena dizendo “desliga essa p*” e depois acusou a gente de desrespeitar o hino nacional”, contou.

Fonte: Noticias ao Minuto

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