Polícia

Assassino ligou para dar pêsames à mãe do jogador Daniel

Empresário Edison Brittes Júnior confessou que matou Daniel

Sábado - 03/11/2018 às 17:11



O empresário Edison Brittes Júnior, de 38 anos, ligou para dar os pêsames à mãe do jogador Daniel na segunda-feira (29), dois dias após a morte do rapaz, segundo a Polícia Civil do Paraná.

Edison Júnior confessou ter assassinado Daniel. Ele foi preso na quinta (1º). Júnior disse que Daniel tentou estuprar Cristiana Brittes, de 35 anos, esposa dele – e que, sob descontrole emocional, matou o jogador.

Tudo aconteceu depois de uma festa de aniversário de 18 anos da filha do casal, Allana, na noite de sexta (26), na qual também estava Daniel, numa casa noturna de Curitiba. A festa continuou na madrugada de sábado (27) na casa da família Brittes.

Lá, de acordo com a polícia, Daniel foi espancado e depois levado por Edison Júnior para o matagal, onde foi encontrado morto.

Allana também falou com a família do jogador nos dias seguintes ao crime. Questionada pela tia do jogador onde estaria Daniel, Allana respondeu que não sabia, que não houve briga na casa dela e que o jogador foi embora, sozinho, por volta das 8h da manhã de sábado.

“Ele só deu tchau, levantou e foi embora”, diz a mensagem.

Suspeita troca mensagens com a família do jogador Daniel um dia após o crime — Foto: Reprodução

Cristiane e Allana também estão presas, assim como Júnior, suspeitas de participar da morte do jogador. Todas as prisões são temporárias, válidas por 30 dias.

Na decisão que determinou as prisões, o juiz diz que há indícios de que Edison, Cristiana e Allana atuaram ameaçando e coagindo testemunhas a apresentar versão uniforme. Para o juiz, se as duas permanecessem em liberdade poderia haver comprometimento de provas testemunhais.

Segundo o advogado da família de Daniel, Nilton Ribeiro, houve uma tentativa de encobrir o crime "hediondo, brutal, grotesco que cometeram”.

Suspeito tem B.Os registrados pela polícia

Em um deles, de janeiro, a polícia foi chamada após disparos na casa do Edison Júnior. No outro, de junho, Edison Júnior foi parado pela polícia por dirigir em alta velocidade em uma avenida da capital paranaense.

Sobre a ligação de Edison Júnior à mãe de Daniel, o advogado Claudio Dalledone, que defende a família, afirma que a defesa se reserva ao direito de aguardar que as investigações e perícias apontem todos os desdobramentos do caso e que não vai comentar sobre áudios, ligações e gravações.

Em relação as mensagens de Allana, Dalledone afirma que a filha estava tentando proteger o pai.

Ainda conforme Dalledone, a Allana, Cristiana e Edison devem ser ouvidos pela polícia na segunda-feira (5).

Polícia procura outros suspeitos

"Nós estamos identificando quem são as pessoas que estavam na casa junto do principal suspeito. Sabemos que três pessoas entraram com ele e o jogador dentro do carro para matar Daniel", afirmou o delegado Amadeu Trevisan, da Delegacia de São José dos Pinhais.

O delegado disse que o jogador não teve como reagir à agressão que sofreu dentro da casa.

O meia Daniel estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, time que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. Em 2017, jogou no Coritiba.

Daniel jogou pelo Coritiba em 2017 — Foto: Divulgação/Coritiba

Daniel nasceu em Juiz de Fora (MG) e tinha 24 anos. Revelado pelo Cruzeiro, o meia também passou pelo Botafogo e Ponte Preta.

O atleta foi velado e enterrado em Conselheiro Lafaiete (MG), onde a família dele mora.

Fonte: G1

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