A Polícia Civil acredita que o assassino de Vera das Graças Madureira Salles, de 64 anos, que foi encontrada morta na manhã de sexta-feira (3) dentro de um baú na casa onde morava em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo, tenha vindo para o Piauí.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Mauricio Ahvener, o marido (foto) da ex-empregada doméstica da vítima, tido como principal suspeito do crime, contou com a ajuda de pelo menos mais uma pessoa. Uma testemunha afirmou ter avistado um homem na cena do crime. A descrição física dessa pessoa, entretanto, não corresponde ao porte físico do ex-marido da empregada, que também esteve na casa, segundo a polícia.
O suspeito teve prisão temporária decretada pela Justiça e está foragido. Ainda segundo o delegado, o acusado tem familiares no Piauí e pode está escondido no estado. "A gente já trabalha com a possibilidade de que ele tenha saído de São Paulo e se dirigido para o Nordeste. Vamos fazer o trabalho integrado com a polícia do Piauí para ver se conseguimos localizá-lo", informa.
Entenda o caso
Vera Salles estava desaparecida havia três dias, quando foi encontrada morta dentro de um baú em sua casa. O principal suspeito é o ex-marido da empregada dela, ele também é apontado como o responsável por jogar a doméstica de uma laje. Ela teve ferimentos leves.
Segundo a polícia, a patroa descobriu que sua ex-empregada era agredida pelo ex-marido e, por isso, resolveu dar à mulher e ao filho dela um abrigo em sua casa. Os investigadores trabalham com a hipótese de que ele não tenha aprovado a proteção e tenha espancado a dona da casa a pauladas.
Para o chefe de investigação, o ex-marido da empregada foi até a casa, assassinou a mulher e, depois, jogou a doméstica da laje. O corpo da dona de casa foi localizado por causa do cheiro forte dentro de um baú e em um quarto que funcionava como uma espécie de dispensa da casa.
"[O assassino] não agiu sozinho. Temos uma testemunha, na verdade um vizinho da vítima, que disse ter visto um homem magro e moreno no cômodo superior da casa no dia em que acreditamos que tenha ocorrido o crime. A descrição não bate com a do principal suspeito, que no mesmo dia se envolveu em uma ocorrência com a ex-mulher dentro da casa", afirmou Mauricio Ahvener.
Sobre a participação de um outro elemento no assassinato, o delegado acredita que é pouco tempo para que o assassino, sozinho, tenha apagado todos os vestígios da cena do crime. Para a polícia, cerca de três horas após o assassinato, o homem agrediu a ex-mulher dentro da casa de Vera Salles.
"A polícia esteve no local do crime e, naquele momento, segundo nossas apurações, a vítima tinha sido morta há mais ou menos três horas. Estive no lugar e pude observar que o assassino transportou o corpo do quarto onde ela foi morta até o outro estabelecimento que servia como um quarto de \'bugigangas\'. Carregou por cerca de oito metros a vítima. E ele deixou o local impecável em muito pouco tempo", contou o delegado.
Filho desaparecido
A ex-empregada de Vera Salles compareceu à delegacia para prestar depoimento na tarde de ontem. Segundo a polícia, ela revelou que o filho de 14 anos que tem com o ex-marido está desaparecido desde o dia em que foi agredida por ele. A mulher também afirmou não ter conhecimento do que possa ter acontecido com a antiga patroa.
Para o delegado Mauricio Ahvener, a suspeita é que o garoto esteja com o pai.
Fonte: g1
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