Assassinato de cantor completa um ano e continua sem solução

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Frustração. Esse é a melhor palavra para definir o sentimento da sociedade da região de Picos e principalmente dos amigos e familiares em relação aos rumos que tomaram o inquérito do brutal homicídio do seresteiro Edimar Antônio de Sousa, que era popularmente conhecido como Edimar Bringeo, de 46 anos.

Passado um ano da execução, ocorrida no dia 15 de maio de 2013, apenas o acusado de dar fuga ao executor está preso. E foi justamente na época da prisão de Tiago Osório Cavalcante, há praticamente oito meses, que a Polícia Civil apresentou pela última vez algum resultado.

Nos últimos oito meses, o presidente do inquérito, delegado Tales Gomes, com auxílio do delegado Divanilson Sena, que no início do caso se apresentaram como as autoridades policiais envolvidas na resolução do crime, não apresentaram mais nenhum avanço nas investigações, mesmo após a prisão de Tiago Osório Cavalcante.

Acusado de agenciar morte de Epaminondas e Edmar Bringeo - Foto: Polícia Civil
Tiago Osório Cavalcante, acusado de agenciar morte de Epaminondas e Edimar Bringeo – Foto: Polícia Civil

O ex-secretário estadual de Segurança Pública, Robert Rios, antes de deixar o cargo, no final do mês de março, disse em Picos que o caso do cantor Edimar Bringeo estava elucidado, chegando até a estipular o dia 14 de abril deste ano como a data limite para a apresentação dos envolvidos no crime. Mais de um mês após a data determinada pelo ex-secretário nada foi apresentado.

“Além do silêncio e da falta de informações por parte das autoridades policiais, o que se escuta por onde a gente passa é que o caso está esquecido pelas autoridades competentes, o que só aumenta a dor de nós familiares, parentes, amigos e colegas de profissão, que se revoltam com essa impunidade”, desabafou o irmão do cantor, Francimar de Sousa.

Em meio a essa insatisfação generalizada, com a não solução do homicídio, as perguntas não calam: Quem matou Edimar Bringeo? Qual o motivo para a execução do cantor? Por que a polícia não prende os demais envolvidos? São inúmeras as interrogações que permanecem sem respostas.

Nesse panorama de incerteza, dezenas de pessoas, entre familiares, parentes, amigos, admiradores e companheiros de profissão, participaram da visita de um ano ao túmulo do cantor Edimar Bringeo, no município de Bocaina, na tarde do dia 15 de maio.

Depois da visita ao túmulo, uma missa foi celebrada pelo padre e amigo pessoal do cantor, José Adelino Martins Dantas. Durante a celebração na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, um clima de emoção e comoção tomou conta dos muitos presentes. A maioria estava vestida com camisetas com a foto de Edimar Bringeo e pedidos de justiça e mensagens de saudade.

“É muito difícil. A gente infelizmente é obrigado a superar isso, mas é difícil demais. Para mim está sendo muito difícil, porque toda vez que eu chegava aqui, para todo lado que eu fosse era com ele. É muito difícil, mas eu acredito em Deus e tenho fé que ele vai nos ajudar e dar força para sair dessa”, disse bastante emocionado Francimar de Sousa.

Presente na missa, o cantor e amigo de Bringeo, Edson Sanfoneiro, falou que ainda está sem palavras para tentar explicar tamanha brutalidade. Emocionado, ele disse que a saudade é tanta que parece fazer apenas um dia do falecimento prematuro do seresteiro.

“Confesso que na missa de sétimo dia eu não tive coragem de vir. Hoje eu vim cumprimentar os familiares dele. Já está com um ano, mas eu me emocionei muito. O que tenho a dizer é que Deus tome conta dele, por que eu, não como músico, mas como um grande amigo dele, jamais vou esquecê-lo. Era fã número um dele. Não tem explicação”, colocou Edson Sanfoneiro.

A amiga e companheira de palco do seresteiro, Remédios Leal, contou que este um ano sem o cantor foi muito doloroso. Ela frisou que em especial aos finais de semana, quando faziam serestas juntos, a lembrança de Edimar Bringeo é maior. Para Remédios, o assassinato do amigo deixou uma lacuna impossível de ser preenchida.

Mas para todos que estavam ali presentes nesses momentos de homenagens, tão grande quanto à dor da perda está sendo ver um ano passar e a investigação da Policia Civil não trazer mais resultados que possibilitem as prisões do executor e do mandante do homicídio de Edimar Bringeo.

Fonte: dia a dia picos

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