Assad culpa os EUA pelo colapso do cessar-fogo na Síria

Ditador afirma que a guerra na Síria, agora em seu sexto ano, deve se prolongar devido ao continuado apoio externo a seus oponentes


Guerra na Síria

Guerra na Síria Foto: Noticias do mundo

O ditador Bashar al-Assad afirmou, em entrevista a agência "Associated Press", que o recente ataque aéreo norte-americano a tropas sírias, que deixou mais de 60 mortos, foi "definitivamente intencional" e culpou os Estados Unidos pelo colapso do cessar-fogo firmado com a Rússia.

Assad também disse que a guerra na Síria, agora em seu sexto ano, deve se prolongar devido ao continuado apoio externo a seus oponentes. Os EUA, além disso, "não tem vontade" para se juntar à Rússia na luta contra a facção radical Estado Islâmico.

O ditador sírio rejeitou ainda que aviões sírios ou russos tenham atingido na segunda-feira (19) o comboio de ajuda humanitária a Aleppo, um ataque que provocou 20 mortes, e negou que suas tropas estejam impedindo a entrada de alimentos na área da cidade controlada pelos rebeldes.

NOVOS BOMBARDEIOS

Dezenas de sírios foram mortos, durante a noite de quarta (20) e a madrugada desta quinta, no setor de Aleppo sob domínio dos insurgentes durante ataques aéreos descritos por moradores como um dos mais intensos dos últimos meses.

Os novos bombardeios tornam ainda mais difícil a retomada da trégua nos combates, que retornaram com intensidade nesta semana.

Enquanto Aleppo era bombardeada, Estado Unidos e Rússia se enfrentavam no Conselho de Segurança da ONU durante uma reunião de emergência sobre a violência na Síria, com cada um dos lados acusando o outro de violações da trégua.

"Supostamente, todos nós queremos o mesmo objetivo", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry. Todos dizem querer uma Síria unida, secular, onde os direitos das pessoas sejam respeitados, em que a população possa escolher suas lideranças. Mas estamos lamentavelmente provando nossa incapacidade para sentar à mesa, discutirmos e fazermos isso acontecer".

Ambos as potências manifestaram disposição para retomar a trégua. Kerry afirmou que para recuperar a credibilidade dos esforços diplomáticos por um cessar-fogo é preciso "imediatamente ordenar que aterrissem todos os aviões que voam nessas áreas, para tentar melhorar a situação e dar uma oportunidade para que a ajuda humanitária possa chegar" sem problemas à região.

Sergei Lavrov, chanceler da Rússia, assinalou em sua intervenção que todas as partes devem se esforçar para garantir que os grupos rebeldes sírios cumpram a trégua, e acrescentou que a lista de grupos que não estão cobertos pelo cessar-fogo deve ser revisada.

"Se pudermos entrar em acordo sobre uma abordagem ampla, uma abordagem integrada e multifacetada, as possibilidades de o fim das hostilidades sobreviver e de termos sucesso serão maiores", expressou o chefe da diplomacia russa.

As cerca de duas horas de discussão, contudo, não levaram a um plano efetivo de ação, e serviram apenas como um aquecimento para a reunião do grupo internacional de ajuda à Síria, marcada para esta quinta-feira, que terá a participação de Kerry, Lavrov e representantes de países europeus e árabes.

Fonte: Noticias ao minuto

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