Esportes

Após escândalo, confederação de ginástica cria canal para denúncias de abuso

CBG vai receber relatos e repassar ao seu Comitê de Ética e Integridade

Quarta - 23/05/2018 às 16:05



Foto: Itambé Agora Fernando de Carvalho Lopes
Fernando de Carvalho Lopes

Após o escândalo que envolveu acusações de ao menos 40 atletas e ex-atletas contra o técnico Fernando de Carvalho Lopes, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) vai lançar em sua página um canal específico para que se apresentem relatos e denúncias de abuso e assédio sexual e outras violações ao código de ética da entidade.

A medida vai ao encontro do que a federação norte-americana de ginástica (USA Gymnastics) e o Comitê Olímpico dos EUA (Usoc) fizeram na esteira do caso que envolveu o médico Larry Nassar, condenado a 175 anos de prisão por abusar de ginastas do país. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) também afirmou que vai adotar o expediente.

No caso do canal da CBG, os ginastas poderão denunciar "fraudes, subornos, abusos, assédios", de acordo com o assessor jurídico da entidade, Paulo Schmitt. Eles poderão reportar os problemas a partir de formulários.

- Os relatos serão levados ao conhecimento do Comitê de Ética e Integridade da CBG, instância autônoma e externa da CBG, com poderes para acolher, orientar, responder consultas, investigar e aplicar as devidas sanções às pessoas vinculadas ao Código de Ética e Integridade da CBG - afirmou Schmitt ao GloboEsporte.com.

'Já acordei com a mão dele dentro da minha calça', conta ginasta abusado por ex-treinador

O Comitê de Ética e Integridade da confederação é composto por Fernando Silva Júnior (presidente), Jacqueline Gonçalves Pires, Márcia Regina Aversani Lourenço, Mosiah Rodrigues e o próprio Schmitt (como membros). Também cabe ao comitê deliberar sobre casos de doping, manipulações de resultado e racismo.

No início do mês, o GloboEsporte.com revelou também que a CBG estabeleceu uma portaria para definir "padrões de conduta" e tentar evitar novos casos de assédio e abuso sexual como os que envolvem Lopes. Segundo Schmitt, o Ministério Público do Trabalho, em cooperação com a confederação, lançará uma cartilha com a finalidade de orientar, conscientizar para eliminar práticas abusivas de assédio moral e sexual no ambiente esportivo, partindo da execução de medidas preventivas antes que seja necessária a atuação repressiva.

Nesta quinta-feira, em Aracaju, tomará posse a nova composição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da ginástica. Os integrantes para o próximo quadriênio serão Fernando Silva Júnior e William Figueiredo de Oliveira (representantes da CBG), Marcel Ferraz Camilo e Marcelo Jucá Barros (representantes dos clubes), João Vitor Burgos Mota e Rafael Resende de Andrade (representantes do conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil), Caio Pompeu Medauar de Souza (representante dos árbitros) e Rodrigo de Almeida Figueiredo e Aldo Abrahão Massih Júnior (representantes dos atletas).

Fonte: globoesporte.com

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: