Entretenimento

Após 16 anos do 1º álbum, Tribalistas finalmente se apresentam

Trio mistura repertório dos dois discos, além de sucessos solo, em show único no Allianz Parque

Sábado - 18/08/2018 às 10:08



Foto: Reprodução Tribalistas
Tribalistas

Com a expectativa de que poucos ingressos ainda disponíveis no setor pista sejam vendidos até a noite deste sábado (18), Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte chegam a São Paulo para reunir 45 mil pessoas no Allianz Parque.

Essa multidão aguarda pelo show desde o estouro do primeiro álbum dos Tribalistas, de 2002. A espera por uma turnê nacional só foi encerrada após o segundo disco do trio, lançado no ano passado. A apresentação em São Paulo deve misturar o repertório dos dois discos, com dez músicas do primeiro e sete do segundo.

Na abertura da turnê em Salvador, há três semanas, em uma apresentação consagradora, as músicas do disco de estreia tiveram recepção mais entusiasmada. "Não tem como comparar um álbum que tem 16 anos no mundo com um lançado há 12 meses", diz Marisa à reportagem.

"Confesso que eu fiquei mais surpreso com a receptividade às músicas novas. Não fiquei decepcionado, pelo contrário. Não dá para comparar com a reação a uma 'Velha Infância' ou 'Já Sei Namorar', mas a recepção do público a 'Trabalivre' foi incrível", acrescenta Arnaldo.

Uma análise rápida pode evidenciar que o segundo disco tem um número maior de músicas de viés político, como "Lutar e Vencer", que fala das ocupações das escolas pelos estudantes registradas há dois anos, ou "Diáspora", que foca a questão dos refugiados.

Para Marisa, não foram os Tribalistas que mudaram, mas o mundo. "Não é que a gente pensou em fazer mais assim ou mais assado. As músicas acabam chamando o que acontece. O tema dos refugiados não existia dessa forma em 2002." Segundo Brown, "não escolhemos temas, os temas nos escolhem".

Em trio ou em duplas, eles já escreveram juntos mais de 80 músicas. "Nossa coesão é muito real, boa e espontânea", afirma Brown. "Falamos de questões que diferem o desejo, a expressão, a aproximação social."  

"Nosso grupo é feito de diferenças. A gente é Rio, São Paulo, Salvador. É um grupo transgênero, com homem e mulher", diz Marisa. "Arnaldo, Carlinhos e Zé, não se esqueçam!", dispara Brown, fazendo referência ao apelido de Marisa na intimidade da família Tribalistas.

O show, que deve ser encerrado com uma viagem a 2002, no encadeamento de "Passe em Casa", "Já Sei Namorar", "Velha Infância" e "Tribalistas", também tem canções das carreiras solo dos três com grande recepção do público. Um dos pontos altos em Salvador foi "Amor I Love You", que Marisa compôs com Brown e gravou com Arnaldo.

Os telões são uma atração à parte, com material antigo e produções feitas especialmente para a turnê, com direção artística do curador Batman Zavareze. Entre as imagens, retratos feitos pelo admirado Mestre Júlio, que há mais de 40 anos aplica tinta sobre fotografias num trabalho de beleza e ar nostálgico. A pedido de Zavareze, ele fez uma fotopintura sobre três retratos 3X4 dos Tribalistas adolescentes, que é exibida rapidamente no telão.

Depois de fechar a turnê de dez shows com uma apresentação em Belo Horizonte, do dia 7 de setembro, o trio parte para tocar na Europa. Mais shows em cidades brasileiras ainda não estão na agenda. "A gente tem muitos sonhos e poucos planos", define Marisa. 

Fonte: Folhapress

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: