Política

Aliados de Temer pressionam por renúncia

A primeira sessão da Câmara dos Deputados que poderia analisar projetos de lei após o afastamento d

Quarta - 18/05/2016 às 12:05



Foto: Reprodução Tropa de choque de Michel Temer pressiona pela saída de Waldir Maranhão da presidência da Câmara
Tropa de choque de Michel Temer pressiona pela saída de Waldir Maranhão da presidência da Câmara
A primeira sessão de votações da Câmara dos Deputados sob o comando do presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) terminou sem a apreciação de qualquer matéria. A sessão de terça-feira (17) foi marcada por tumultos e protestos contra a permanência de Maranhão no comando da Casa.

Parlamentares do PSDB, DEM e PPS pediram a saída de Maranhão da presidência, argumentando que ele não tem condições de comandar a Casa. A pressão pela renúncia foi motivada pela decisão de Maranhão de cancelar a sessão de votação do impeachment no plenário da Câmara, que aprovou o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A iniciativa repercutiu negativamente e acabou revogada por Maranhão no mesmo dia em que foi publicada.

“Vossa excelência não nos representa, assinou um documento elaborado pela Advocacia-Geral da União cancelando uma decisão de 367 deputados”, disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). “Essa Casa não merece ter o senhor na presidência e a Câmara não pode continuar com a interinidade”, acrescentou.

Pauderney prometeu apresentar uma questão de ordem declarando a vacância da presidência, mas recuou temendo que Maranhão não se posicionasse a respeito, adiando uma definição sobre o tema. A intenção do deputado é conseguir um posicionamento da presidência contrário à questão para que possa recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os líderes do PT, PCdoB e PDT defenderam Maranhão e criticaram as posições do DEM, PPS e do PSDB, a quem acusaram de dar sustentação a Cunha e, agora, renegá-lo. “O presidente interino está respaldado pela legislação vigente e pelo Regimento da Casa. Se há um presidente afastado, cabe ao vice assumir essa função e dirigir a Casa. Não é a vontade de A ou B, é o Regimento da Casa que impõe esta realidade”, disse o líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA).

Os deputados chamaram de golpe a tentativa de retirar Maranhão da presidência da Câmara. O líder do PSOL, Ivan Valente (SP) disse que Maranhão não pode ser considerado ilegítimo depois de ser eleito vice-presidente. Valente voltou a cobrar a cassação de Eduardo Cunha como única forma de permitir uma nova eleição para a Presidência da Câmara. “O PSOL não apoiou Waldir Maranhão: 438 deputados desta Casa, mais do que os que votaram em Eduardo Cunha, o elegeram. Quem pariu Mateus, que o embale”, disse.

Waldir Maranhão se defendeu das acusações e disse que a tentativa de afastá-lo da presidência “faz parte da democracia”. “Não há renúncia, nós temos que trabalhar para o Brasil. A pauta está sobrestada, temos que encaminhar debates e resolver as questões fundamentais para o País”, disse.

Fonte: Agência Brasil/Estadão

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