Foto: Sejus

Os agentes penitenciários do Piauí deliberaram em assembleia nesta terça-feira (12) a realização da Operação Padrão. A ação visa cobrar do Governo providências quanto a superlotação dos presídios e a segurança dos agentes. A operação será iniciada a partir do dia 1º de agosto em todas as unidades prisionais do Estado.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí, Kleiton Holanda, a Operação Padrão consiste em ações com a finalidade de fazer o Estado cumprir as leis em relação à segurança dos presídios. “As medidas serão tomadas para cobrar a diminuição da população carcerária, o uso do scanner corporal, para evitar a entrada de drogas e objetos, e admissão do número de agentes proporcional à quantidade de presos. Tudo previsto em lei”, esclareceu.

Ainda segundo o sindicato, está sendo preparada uma cartilha que será distribuída para o esclarecimento das ações e dos objetivos da operação.

Durante a Operação Padrão os agentes penitenciários vão, por exemplo, evitar o recebimento de novos presos nas unidades. “A gente não vai tirar quem está lá dentro. O que vai acontecer durante a Operação é que após a saída de um preso outro não poderá ocupar a vaga, uma vez que os presídios já operam com uma quantidade maior do que a capacidade”, explicou.

Além desta, outras medidas serão tomadas, como o cumprimento do horário de trabalho, inclusive das horas destinadas às refeições, e a saída para audiências e/ou para atendimento de urgência/emergência somente com o número de agentes proporcional aos de presos, ou seja, dois agentes para cada detento.

“Nós estamos fazendo de tudo para evitar uma greve nesse momento e garantir a segurança da sociedade. Estamos apenas cobrando um dever do Estado, tudo isso está na lei”, ressaltou Kleiton Holanda.

Apreensões

Na manhã de ontem (12) foram apreendidos diversos materiais dentro dos pavilhões durante uma vistoria de rotina na Casa de Custódia. A maioria dos objetos, de acordo com Kleiton Holanda, são arremessados pelo muro do presídio. Foram encontrados facas, drogas e estilingue.

“Não há medidas eficazes para combater a entrada desses objetos, além disso, não tem policiais suficientes nas guaritas e a malha de proteção do presídio tem os espaçamentos muito grande, o que facilita a entrada dos objetos”, disse Kleiton Holanda.

Segundo o sindicato, duas mulheres foram flagradas portando baterias de celulares nas partes íntimas nos últimos 15 dias.