A 6ª Delegacia de Polícia Civil, de Florianópolis (SC), apura denúncia feita por uma mãe envolvendo suposta violência sexual cometida contra a sua filha por adolescentes. Os envolvidos são menores de 18 anos. O inquérito ainda não foi concluído. Entre as provas que a polícia busca estão as imagens gravadas pelas câmeras de segurança de um shopping, onde a vítima e um dos infratores teriam se encontrado.O caso tem diversas versões (algumas minuciosas, outras fantasiosas) que circulam desde ontem (29) na Internet - inclusive nominando os supostos autores da violência (pertencentes a famílias de prestígio) - e apontando até o nome do colégio onde estudam os envolvidos e a vítima.Uma das principais instituições de ensino de Florianópolis emitiu nota sobre o episódio alegando que os "adolescentes não são seus alunos".Três jovens são acusados: o filho de um empresário gaúcho, o filho de um policial catarinense e um terceiro ainda não identificado. O primeiro teria sido visitado - no apartamento em que vive com sua mãe (que estava ausente) - pela adolescente de 13 anos, onde ela teria sido dopada, tornando-se a partir de então vítima da tríplice violência sexual.A vingança teria sido perpretrada porque a adolescente teria terminado o namoro com um deles. Os atos narrados em blogs mantidos por estudantes e jornalistas catarinenses - sobre as violências praticadas - são estarrecedores. Mas por enquanto, não são confirmados nem pela polícia, nem pelo Ministério Público.Um dos blogs mais lidos na capital catarinense informa que os dois já identificados devem prestar depoimento na 6ª Delegacia de Polícia de Florianópolis no dia 8 de julho. O mesmo blog veicula, hoje, a carta de uma mãe, que se declara pessoa próxima à menina vitimada. A autora do texto enviou cópia de sua mensagem ao Espaço Vital.Veja o texto"Sou conhecida da família da menina e posso dizer o quanto ela é meiga, doce e muito bem vista por todas as famílias que a conhecem. Ela tem 13 anos somente. Muito estudiosa, educada e de uma família muito culta e amorosa com seus filhos. Daquelas crianças que antes de dormir ainda vão dar boa noite aos pais, daquelas que a mãe passa nos quartos para cobrir seus filhos e dizer: "Boa noite meu amor, a mamãe te ama (o pai te ama), fique com Deus!.Posso dizer que julgá-la seria outro crime, pois nessa idade todas as nossas crianças acreditam na boa fé dos outros. Todas querem fazer amizades mas ainda não conseguem com a clareza que, nem nós adultos temos, identficar quem presta ou não.Acreditem quando digo: no que depender dessa mãe, a Justiça será feita sim, porque sua vida resumiu-se a isso. Ela age com a verdade e tem recebido o apoio de todas as famílias decentes, além de profissionais renomados e da escola a qual pertence.Essa mãe passa as noites ao lado da tão amada filha orando a Deus que a ajude a superar o que lhe aconteceu e os dias vigiando a mesma para que não se mate. Sim meus amigos, porque foi tão triste o que fizeram que a menina, abalada emocionalmente, tentou suicídio três vezes cortando os pulsos, braços e ingerindo remédios. Noites de choros e pedidos de ajuda essa mãe ouviu (e ainda ouve), segurando sua filha no colo.buscando forças só Deus sabe de onde.É triste ver que ainda se atiram pedras na parte mais fraca.é pré-histórico dizer que a mulher sempre tem culpa. Até o dia que pegarem a sua filha, irmã ou neta e fizerem a mesma coisa. Sim, porque é o que vai acontecer se a sociedade não se juntar e apoiar essa (infeliz) famíla. Como? Exigindo que se faça justiça, indiferente de quem sejam os envolvidos!Ela não tem ido mais à escola, mas recebe todo atendimento escolar em casa. Seu desequilíbrio emocional surge por pequenas lembranças e estar sozinha lhe causa pânico.Suas amigas tem sido muito importantes nessa fase, pois não a abandonaram e lhe mostram que ainda vale viver.Peço, que foquem suas curiosidades no andamento do caso, em sua resolução, para que lembrem as autoridades de punir corretamente os envolvidos, e não fiquem buscando o nome da vítima. Não seria saudável. O próprio termo já diz: ela é vítima".Sigilo dos nomes O Estatuto da Criança e do Adolescente veda, em seu artigo 247, a identificação de menores vítimas ou de alguma forma relacionados a atos infracionais. Nesse contexto, fica proibida a divulgação de seus nomes e suas iniciais.A norma estabelece ser proibido "divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.§ 1º - Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.§ 2º - Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação".
Fonte: Espaçovital
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