Saúde

10 fatos que você precisa saber sobre tumor cerebral

Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são grandes

Segunda - 28/11/2016 às 17:11



Foto: Governo do Estado de São Paulo Tumor Cerebral
Tumor Cerebral

O câncer é uma doença que assusta a todos, e com razão. Mas existem muitos mitos e tabus que afligem as pessoas. Por isso, a divulgação de informações claras e objetivas são importantes para amenizar esse cenário de pessimismo que ronda a doença. Um dos pontos, por exemplo, que muita gente não sabe sobre o tumor cerebral é que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são grandes.

Por isso, visando esclarecer dúvidas, o neurocirurgião, especialista em tumor cerebral pela UNIFESP, Dr. Luiz Daniel Cetl, elencou 10 coisas que todos precisam saber sobre a doença.

1- O tumor cerebral, por si só, já é uma doença completamente invasiva e ocasiona mudanças físicas, sociais e psicológicas na vida do portador. Em muitos casos, o tratamento deixa o paciente debilitado, impossibilitado ou limitado para realizar atividades até então consideradas normais em seu cotidiano. Existem vários tipos de tumor cerebrais. O importante é o diagnóstico bem feito para identificar quando é benigno ou maligno.

2- Os sintomas do tumor cerebral vão depender muito de sua localização, mas, basicamente, são formados por dor de cabeça, tonturas, alterações de equilíbrio, convulsões, déficit neurológico progressivo e confusão mental.

3- A grande maioria dos tumores cerebrais é oriunda de metástase de um tumor proveniente de outra localização.

4- Mesmo os tumores cerebrais benignos podem gerar, em um primeiro momento, medo no paciente e seus familiares, uma vez que seus sintomas são bem similares aos de um tumor cerebral maligno.

5- Apesar de ser o "centro de controle" de todo o corpo, a manipulação do tecido cerebral não causa dor.

6- Embora o percentual de prevalência não seja tão grande – incapacidade e índice de mortalidade – são importantes os alertas à população para a necessidade de um diagnóstico precoce, principalmente porque seus sintomas, em sua maioria, se confundem com os de outras doenças.

7- Ao sentir sintomas recorrentes, o paciente deve procurar um clínico geral ou neurologista, que pode encaminhá-lo a um neurocirurgião especialista em tumor cerebral.

8- A automedicação, além de mascarar e dificultar o diagnóstico do tumor cerebral, pode comprometer o prognóstico.

9- Em princípio, todos os tumores cerebrais podem ser tratados cirurgicamente, mesmo os benignos, cuja remoção completa poderá levar a cura da doença. Hoje, com o avanço da medicina, a neurocirurgia é realizada inclusive com cálculos físicos e matemáticos, que diminuem as chances de danos em outras áreas do cérebro.

10- A cirurgia com o paciente acordado, conhecida entre os especialistas como ‘awake craniotomy’, permite que o cirurgião tenha a localização em tempo real de regiões funcionais do cérebro, permitindo ainda a preservação destas regiões. É considerada padrão ouro para a identificação das áreas eloquentes, que correspondem às regiões motora, sensitiva e de linguagem.

A técnica apresenta excelentes resultados, sobretudo no que diz respeito à qualidade de vida, menor tempo de internação, retorno às atividades cotidianas do paciente e o controle das recidivas tumorais. Apesar de complexa, a ‘Awake Craniotomy’ é bastante utilizada em todo mundo há mais de duas décadas para os casos de ressecção (remoção) de tumores cerebrais. No Brasil, a cirurgia é realizada há quase 10 anos.

O procedimento permite o controle da ressecção do tumor, com retirada maior sem comprometer uma determinada função cerebral e menor déficit pós-operatório. Há incidência de maior controle do tumor quanto maior for sua retirada e, ao mesmo tempo, são maiores as chances de postergar as recidivas. O grande diferencial deste procedimento é que o neurocirurgião consegue identificar as áreas eloquentes - motora, sensitiva ou de linguagem - e atingidas pelo tumor.

A cirurgia é realizada com o paciente submetido a uma anestesia geral que, após a abertura do osso do crânio, é acordado, através da diminuição do nível da sedação. São colocados eletrodos nas mãos, nas pernas ou nas áreas em que se quer testar os estímulos cerebrais. No momento da estimulação da área correspondente, o cirurgião pede para o paciente falar uma frase. Nesse momento, o circuito da área atingida pode sofrer alteração e, assim, ser cessada a fala ou demonstrar distúrbio de linguagem (parafasia). Após o mapeamento das áreas de interesse, o paciente é novamente colocado em anestesia geral e a cirurgia é concluída com a remoção total ou parcial do tumor.

Fonte: Noticias ao Minuto

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