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Divisão de cargos é a deixa para racha na base do governo

Sexta - 03/05/2019 às 16:05



Foto: Francisco Leal/CCom Governador Wellington Dias anuncia secretariado
Governador Wellington Dias anuncia secretariado

Como acontece em tudo quanto é festa, na hora da divisão de bolo tem sempre um que reclama que sua fatia foi menor que a do outro. A gulodice já fez muito menino chorar. E pode ser a "deixa" que dois partidos que ajudaram a reeleger Wellington Dias esperavam para abandonar a abarrotada nau governista.

O secretário de Estado do Governo, Osmar Júnior, adiantou que o governador Wellington Dias vai conversar com as lideranças do Progressistas e PSD nesta sexta-feira (3) e na segunda (6) para acalmar os ânimos depois do anúncio do novo secretariado, no começo da tarde da quinta-feira (2), no Palácio de Karnak.

O próprio Wellington justificou algumas surpresas na lista dos novos gestores, admitindo que perfil do novo secretariado é mais técnico que político. O governador,. segundo ele, usou três elementos: programa de governo, a capacidade e o conhecimento técnico e composição política. 

Vice-governador no primeiro governo de Wellington Dias [2003/2006], Osmar considerou natural a reação na base. “É natural insatisfação. A composição da equipe não é matemática. É um processo subjetivo. Primeiro as diretrizes, o programa de governo e a força política. O fato é que todos os partidos estão representados na equipe que vai governar", argumentou Osmar Júnior, tentando baixar a temperatura do debate.

Osmar Júnior sabe que por trás da insatisfação de alguns se esconde as articulações políticas visando as eleições de 2020 e 2022. Todos os grandes partidos e até os “nanicos” tem interesse no processo sucessório.

“Cada partido tem seu projeto. As eleições dos próximos anos estão no calendário. Já o governo não tem calendário eleitoral. Tem um programa e projetos. Os partidos participam do governo. Temos a função de auxiliar o governador no relacionamento com poderes e partidos e sociedade. Além de cuidar dos atos oficiais. A base aliada será mantida. Todos estão comprometidos com o projeto. Vamos trabalhar para ouvir a todos e compor o governo", finalizou o secretário.

A menor fatia do bolo, como se percebe, é uma desculpa para justificar um eventual rompimento desse ou daquele grupo político. “Aqui está sentado o próximo governador do Piauí”. A frase do senador Ciro Nogueira, em evento do Progressistas no Cine Teatro da Assembleia Legislativa, deixou muito claro que a base de sustentação de Wellington Dias vai rachar, mais dia, menos dia. E pode se esfacelar já agora no início da campanha eleitoral para as eleições municipais de 2020. Se resistir, a aliança governista não dura até janeiro de 2021. O Piauí vai assistir de novo um filme velho, que é reprisado a cada quatro anos há décadas, com os mesmos atores. O título é pouco atraente, digamos curto e grosso: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.

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Paulo Pincel

Paulo Pincel

Paulo Barros é formado em Comunicação Social-Jornalismo/UFPI; com Especialização em Marketing e Jornalismo Político/Instituto Camilo Filho

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