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A força viva de Maria

Nenhuma representação divina feminina é mais presente na vida dos brasileiros, mesmo os que não estão congregados na fé católica

Alvaro Mota

Quinta - 07/10/2021 às 09:24



Foto: Divulgação Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora Aparecida

Uma canção de Roberto Carlos em louvor à Virgem Maria, pede que Nossa Senhora nos dê a mão, cuide do nosso coração, de nossa vida, do nosso destino, cuide, enfim, de nós. Lembrei deste verso porque na próxima semana, dia 12, o Brasil celebra Nossa Senhora Aparecida, uma das muitas formas de representação de Maria, a mãe de Jesus Cristo.

Nenhuma representação divina feminina é mais presente na vida dos brasileiros, mesmo os que não estão congregados na fé católica, quanto a Virgem Maria, também dita Nossa Senhora e que a nós se apresenta de diversos modos, mas sempre como a mais fundamental das presenças femininas em nossa fé cristã.

Nossa Senhora é cultuada desde sempre no Brasil e, em cada canto desse nosso imenso país, recebe devoção igual com nomes diferentes. No Pará, é de Nazaré, com a bela festa do Círio a se espalhar em mar de gente e devoção pelas ruas de Belém, mas também em outros municípios; em São Paulo, é Aparecida, em razão de ter sido sua imagem achada por pescadores nas águas do rio Paraíba do Sul, em 1717; no Piauí, apesar de não haver grandes celebrações, a padroeira católica é Nossa Senhora das Vitórias.

O culto a Maria é, portanto, muito presente na vida das pessoas e, como já dito, tem influência sobre até dos não crentes católicos. Por exemplo, quando alguém diz “vixe” ou “aff”, expressões muito recorrentes no universo das conversas informais ou da internet, o “vixe” vem da forma nordestina de expressar admiração (vixe, Maria! que deriva de “Virgem Maria”) e de um dizer popular brasileiro para também expressar certo espanto: “Ave, Maria!”, que virou somente “aff”.

A força do culto mariano se expressa obviamente na fé que leva milhões de peregrinos a santuários católicos dedicados a Nossa Senhora ou à Virgem Maria em todo o mundo, mas pode ser também percebida em situações bem menos ligadas à fé, como os nomes de cidades. Para não irmos longe, vamos apenas olhar o mapa do Piauí e localizar nele os municípios com nomes que, direta ou indiretamente, estão ligados à Virgem Maria: Conceição do Canindé, Guadalupe, Nossa Senhora dos Remédios, Nazaré do Piauí, Nossa Senhora de Nazaré, Socorro do Piauí.

Se formos olhar para o aspecto religioso das cidades, boa parte delas têm como padroeiras as diversas formas como a Virgem Maria é representada. Em Teresina, Nossa Senhora do Amparo; em Oeiras, Nossa Senhora das Vitórias; em Parnaíba, Nossa Senhora da Graça; em Valença, Nossa Senhora do Ó; em Piracuruca, Nossa Senhora do Carmo; em Piripiri, Nossa Senhora dos Remédios; em Esperantina, Nossa Senhora da Boa Esperança – todas com belos templos erguidos para homenagem e culto.

A celebração da semana que vem, para Nossa Senhora Conceição Aparecida evidencia a força viva da fé promovida pelo culto mariano. Carrega em si muita beleza, mas também a mensagem poderosa de que devemos ter muito respeito às mulheres, que são a razão de nossa existência como seres humanos.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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