Olhe Direito!

Olhe Direito!

OLHE DIREITO

A arborização da cidade

A perda dessa árvore leva-me a refletir sobre a necessidade de haver, no âmbito de nosso Município, uma política pública de arborização.

Alvaro Mota

Quinta - 20/01/2022 às 15:12



Foto: Divulgação Oitizeiro
Oitizeiro

Na semana passada, as chuvas muito mais intensas que o esperado e os ventos igualmente fortes e incomuns levaram ao chão um oitizeiro centenário na rua Paissandu, quase na esquina com a Barroso. Uma perda irreparável porque uma árvore boa e frondosa, que produz boa sombra e ameniza a temperatura em nossa cidade não se faz do dia para a noite.

A perda dessa árvore leva-me a refletir sobre a necessidade de haver, no âmbito de nosso Município, uma política pública de arborização. Sei haver um plano de arborização da cidade, não sei se pronto, mas ao menos tomei conhecimento de esforços da municipalidade neste sentido, o que é bom. Porém, o que se nota é uma ausência de ações quanto a isso.

A falta de uma ação planejada e coordenada sobre o plantio, reposição e conservação das árvores da cidade não é um problema atual. Vem de longa data um cuidado inadequado ou até inexistente quanto à arborização da cidade – que ainda assim tem mantido espaços verdes, mas possivelmente em menor escala que se houvesse maior acuidade quanto à arborização.

Qualquer um de nós poderá perceber, por exemplo, que árvores adoecem acometidas por ações de fungos, ácaros ou plantas parasitas, o que pode levá-las a morrer a ponto de até caírem sobre vias públicas, como já se tem registrado em diversas ocasiões. Essa situação faz-nos lembrar que árvores são seres vivos e, como tal, precisam de cuidados com sua saúde, de tal sorte que possam durar mais tempo, criando espaços de sombra e conforto térmico na cidade.

O cuidar das árvores como um patrimônio da coletividade, com expansão de espaços verdes e mais plantios de mudas tem sido uma ação comum em grandes cidades pelo mundo. É um imperativo que com mudanças climáticas e aumento das temperaturas médias anuais, nós, teresinenses, também façamos o mesmo. E não cabe, aqui, tomar isso como crítica, mas como boa sugestão aos gestores:  precisamos reforçar a arborização como uma política pública, a partir da escolha de espécies nativas e frutíferas, passando pela produção de mudas como uma atividade que envolva a comunidade (em hortas comunitárias, por exemplo) até a conservação permanente das árvores. É uma ação de baixo custo, capaz de criar ocupação e renda e que nos permitirá olhar para o futuro com um pouco mais de esperança.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Doutorando em Direito pela PUC-SP. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

Siga nas redes sociais
Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

Compartilhe essa notícia: