Por Deusval Lacerda de Moraes
Não existe nenhuma justificativa plausível para a aplicação do golpe parlamentar-constitucional-judicial no Brasil. Para começar, o desfecho deu-se através da transgressão do Estado Democrático de Direito que culminou com a conspurcarão institucional do País
De lá para cá nada explica os golpistas se intrometerem na organização do Estado, quando até piorou a realidade na esfera político-administrativa nacional.
Adotou plano econômico de acordo com a cartilha do rentismo nacional e internacional, vez que seu então condutor Henrique Meirelles, é reconhecido banqueiro que arrochou dramaticamente a população pátria.
A prestação dos serviços públicos primários foi reduzida inversamente proporcional ao aumento natural da demanda desses mesmos serviços pela população brasileira.
Por exemplo, com o congelamento dos gastos (EC 95) recrudesceu as necessidades de investimentos na saúde, educação e na segurança pública, quando, no Brasil, aumentou a procura pela saúde e educação e cresceu a violência urbana e a insegurança pública.
A tabela acima diz tudo, o período do golpe está sendo um descalabro. O desemprego na estratosfera; a gasolina e o gás estão com preços inconsumiveis; o dólar também está nas alturas; enfim, a economia está engessada para não se desarranjar de vez.
Nessa ciclotimia, a equipe econômica toma medida de ajuste fiscal escorchador da população e o governo espúrio sem sustentação popular segura o apoio congressual por meio da manjada proliferarão das emendas parlamentares.
Sobre a moral, a ética e os bons costumas, não há governo pior na História da República, pois nasceu de negociatas e conchavos com a máquina pública, se apoia na distribuição de benesses ao Congresso Nacional e muitos dos seus membros são acusados sistematicamente de corrupção.
Mas o dado crucial do golpismo é a condenação do futuro do Brasil por não fazer o básico, como estagnar aportes na educação quando o pressuposto do desenvolvimento industrial é a produtividade, que vem da inovação, que vem da educação, com vistas à produção visando também o mercado externo.
Por tudo isso, o golpe no Brasil foi um desastre em todos os sentidos: moral, ético, jurídico, econômico, social, político, democrático, administrativo, institucional, enfim, em todos os campos que compõem as pilastras de arrimo de uma Nação comprometida com o Estado Democrático de Direito e o desenvolvimento integrado.
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Deusval Lacerda
Deusval Lacerda é natural de São João do Piauí. É economista e advogado.