Foto: Arquivo do Piauí Hoje
Grileiros incentivam as constantes brigas por terras no litoral do Piauí
O Ministério Público Federal - MPF, resolveu acionar a Polícia Federal para investigar a grilagem e as invasões de terras no litoral do Piauí. Os alvos são "empresários", "poderosos" e "ricos" que expulsam moradores e que se dizem donos de grandes áreas nos municípios de Luís Correia e Cajueiro da Praia.
Através da portaria n° 01, de 19 de janeiro de 2022, o MPF designou o procurador da?República Saulo Linhares da Rocha para aprofundar investigações que já vinham sendo feitas por um promotor de Justiça estadual, mas que enfrentam obstáculos para punir os grileiros por causa de "forças poderosas" no Ministério Público Estadual e no Tribunal de Justiça.
Com base na portaria de 19 de janeiro deste ano (2022), o Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para analisar a invasão de terras e expulsão de moradores nativos e pescadores do povoado Macapá, no município de Luís Correia/PI.
De acordo com informações obtidas pelo portal PiauiHoje.Com, o procurador Saulo Linhares considerou para a abertura das investigações a representação noticiando invasões de terras, destruição de residências e de cercas dos moradores nativos, trabalhadores da palha de carnaúba e pescadores artesanais de Macapá.
O procurador ressalta que o Ministério Público a uma das instituições encarregadas da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais dos brasileiros. "É necessário e urgente o aprofundamento da investigação dessas denúncias", diz o representante do MPF.
O portal PiauiHoje.Com apurou que já foram acionados investigadores e peritos da Policia Federal para fazer o levantamento das áreas invadidas e griladas, bem como dos nomes dos grileiros, seus "laranjas", capangas e demais envolvidos nesses crimes.
Há informações da participação direta de empresários, políticos, advogados e policiais aposentados e da ativa. Também serão investigados empresários e "poderosos" de Teresina que pagam capangas e pistoleiros para bater, ameaçar e expulsar nativos de suas terras.
Povoado Macapá é um alvo constante dos grileiros que atuam no litoral do Piauí
CASO ANTIGO
As denúncias de grilagem de terras no litoral do Piauí são antigas. Em junho de 2019, o então prefeito de Luís Correia, Kim do Caranguejo, revelou que foi ameaçado de morte por um grupo de grileiros de terras na cidade.
Na época, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia do Piauí realizou uma operação e revelou a organização de um esquema para grilagem de terras nas praias de Macapá, Carnaubinha e Barra Grande.
De acordo com o promotor Rômulo Cordão, que acompanhava o caso. o grupo tinhas empresários, advogados, policiais militares, servidores públicos e um cartório de Luís Correia, cujo dono foi preso.
De acordo com o promotor e coordenador do Gaeco, a organização criminosa tomava terras de posseiros e em seguida tentava legalizar os terrenos, para então revendê-los. Os investigados são suspeitos de utilizar de violência e ameaçar.
Na época o promotor disse que a organização criminosa - ORCRIM, se utilizava de dois policiais que iam até o local e expulsavam os posseiros com violência e uso de armas. "A organização destruía casas com máquinas e ateando fogo. Isso tudo com uma constante ameaça a todas as pessoas”, explicou o promotor Rômulo Cordão.
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Luiz Brandão
Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
