Foto: Lula Marques/Agência PT
Presidente Dilma Rousseff
(*) Por Luiz Brandão
Se aprovar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o Senado, com a permissão serviçal do Supremo Tribunal Federal STF, comete um estupro coletivo. As vítimas, além de Dilma, serão também os mais de 54,5 milhões de eleitores e o restante do povo brasileiro, que terá sua jovem democracia gravemente amaçada.
Não se pode pedir ao povo que respeite as leis, se quem deveria fazer isso com maior responsabilidade simplesmente joga as leis no lixo em nome de interesses escusos e nada republicanos. Como cobrar que alguém não invada minha casa se vivo invadindo a casa alheia?
E os senadores? Ora, como sempre, se ficarem impunes, estupradores voltarão a atacar a qualquer momento sem nenhum pudor.
O Brasil não pode aceitar isso calado. Os brasileiros precisam entender que, depois desse estupro, desse golpe, nenhum direito estará mais seguro. O país entra numa nuvem de incertezas que não sabe onde vai chegar.
Afastar uma presidente eleita legitimamente sem crime de responsabilidade, por impopularidade ou pelo "conjunto da obra"? De que obra? De uma inexistente, se comparada ao conjunto das obras de figuras como Aécio Neves, Romero Jucá, Renan Calheiros, Michel Temer, Antônio Anastasia e Eduardo Cunha, delatadas na Lava Jato e outras operações policiais?
O STF e o Ministério Público Federal sabem muito bem que Dilma não cometeu crime nenhum. Aliás, Senado, Câmara, STF, MPF e o resto do mundo sabem que o impeachment de Dilma é uma farsa e está ocorrendo por vingança de Eduardo Cunha e para barrar o avanço da Lava Jato.
É um golpe. Os golpistas sabem que o governo Dilma não vai barrar a Lava Jato. Por isso querem derrubar a presidente e seu governo. Por esse e também por outros interesses, como o de entregar as riquezas do País e acabar direitos dos trabalhadores e conquistas sociais dos últimos 13 anos.
(*) Luiz Brandão é jornalista e diretor geral do portal Piauí Hoje
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