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Artigo Deusval Lacerda de Moraes: Governo: pedagogia do erro

Domingo - 18/06/2017 às 12:06



Foto: Reprodução Congresso Nacional, em Brasília
Congresso Nacional, em Brasília

É uma tarefa ingente obter acerto em erro. O que geralmente ocorre são sofismas, falácias, que são apresentadas como pseudos acertos que mais cedo ou mais tarde a máscara cai e a verdade vem à tona com suas dramáticas consequências e implicações.

O golpe instituído em 2016 no Brasil foi calcado em erro político-jurídico para alçar ao poder lideranças e grupos políticos errados. Pois não apresentavam condições de promover estabilidade político-econômica por carregar sobre os ombros erros atávicos. 

Daí o governo redundar-se em sucessão de erros que se amontoam e cada dia que passa somam-se outros erros, que, em vez de estacar-se, afloram mais erros desdobradas dos velhos e também de novos erros.

Portanto, é governo errático. Nasceu, não cresce e vai morrer no erro. Como agrupamento político jamais chegaria ao poder se não fosse na cartilha errada. O Brasil, dessa maneira, expõe erros históricos quando permitiu que erros dessa magnitude ainda fossem capazes de introjetar-se na vida democrática do Estado.

Não se pode colher frutos bons, maduros, certos, de árvores de caules e raízes podres, erradas. O Congresso Nacional já faz tempo que parte dos seus membros se especializou em proceder-se errado contra governos para desses erros buscar proveitosos dividendos para manter conquistas eleitorais em festivais de erros sobre o ordenamento positivo eleitoral.

O que já vem errado, e continua logrando vantagens pessoais ou nos grupos, não há como mudar de conduta, uma vez que o erro é a razão providencial do sucesso. Acontece muitas vezes de aprimorar-se no erro, para, com práticas mais arrojadas, aumentar o cabedal, o butim. Exatamente por isso, o golpe parlamentar-constitucional-judicial do Brasil.

Ora, se o governo vem do golpe, excrescência político-jurídica constitucional, não há como esperar-se acerto, pois a sua origem se dá tão-somente aos erros dos envolvidos na trama. Por isso, que, olhando bem, tudo no governo é resolvido no Congresso e em outros setores que lhe dão vazão errada.

Convém lembrar da luta titânica do governo para subsistir por causa dos erros e, ainda assim, exige-se dele mais erros. São tantos erros no seu prontuário que já existem erros que se colidem com outros erros superpostos, e que, assim, querem, vez por outra, sacrificar o próprio governo que, para sobreviver, forja mais erros.

E por se manter tão pressionado sob tantos erros, o governo é induzido a cometer mais erros a favor dos que não se acham contemplados, e assim vem transcorrendo o dia a dia da governança pátria, mergulhada em oceânica errância.

No fundo, é um cipoal de erros e defeitos que inclusive alguns arautos do golpe já estão presos, outros denunciados, processados para julgamento e em eventual caminho da prisão.

Dito isso, o golpismo, com tamanha folha corrida, não poderia jamais governar uma Nação que figura no ranking como nona economia do mundo, porque, convenhamos, certos deles estão mais para membros de gangues, quadrilhas, máfias, do que para tomar decisões sobre o destino de 207 milhões de pessoas. O Brasil não precisa de embusteiros, mas dos cidadãos que sabem que contra as suas mazelas do passado e do presente só há a plenitude do Estado Democrático de Direito.

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Redação

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